Ethereum está a um passo de resolver uma das maiores críticas ao Bitcoin

Expectativas sobre sua próxima grande atualização podem estar por trás da valorização da segunda maior criptomoeda do mercado.

Uma das maiores críticas ao Bitcoin e outras criptomoedas é o consumo de energia pela mineração, sistema que garante sua segurança. Devido a isso, o Ethereum pode tornar-se o preferido do mercado institucional após abandonar o protocolo que o manteve em funcionamento por sete anos.

Segundo o site oficial do Ethereum, a migração para Proof-of-Stake (PoS) está marcada para o segundo trimestre deste ano, ou seja, entre abril e junho. Outro fato que confirma isso são os testes sendo realizados em sua testnet.

“Essa atualização representa a mudança oficial para o consenso de proof-of-stake (PoS). Isso elimina a necessidade de mineração com uso intensivo de energia e, em vez disso, protege a rede usando o próprio ether (ETH).” destaca o site oficial do Ethereum, sinalizando que atualização está marcada para os próximos meses.

Além de pressão pública sobre empresas, como a Tesla, diversos governos também estão debatendo o tema. O exemplo mais recente foi a votação no Parlamento Europeu, onde foi votado contra o banimento da mineração. Contudo, a atualização do Ethereum pode colocar ainda mais pressão no Bitcoin, tanto em questões energéticas quanto em preço.

Ethereum, o supercomputador global

Primeiramente, o Ethereum nunca foi ou quis ser um competidor do Bitcoin. Enquanto o BTC foi criado para ser uma moeda, o ETH surgiu como um supercomputador global, capaz de rodar aplicativos, e hoje é usado para tal com jogos play-to-earn, DeFi, NFT e outros.

Contudo, é notável que o Ethereum tenha sido usado por muitos como moeda, principalmente em tempos onde suas taxas de transações estavam mais baixas do que as do Bitcoin. Entretanto, este não é o atual caso, afinal uma transação de ETH ainda está mais cara mesmo após queda nas taxas.

Voltando à grande atualização, além dela resolver questões ambientais ao abandonar a mineração por placas de vídeo, é estimado que o Ethereum dê um salto em escalabilidade, permitindo mais transações por segundo. Além disso, o tempo da primeira confirmação de uma transação continuaria sendo bem mais rápido do que os ~10 minutos do Bitcoin.

Portanto, devido a isso o Ethereum pode brigar com o Bitcoin como moeda, o que pode atrair usuários e assim dilatar o seu preço. Deixando o potencial uso do Ether como moeda de lado, sua rede também é conhecida por abrigar stablecoins, cujo volume é maior que do Bitcoin, e as transações destas requerem ETH para pagar pelas taxas.

Embora esteja longe de seu ápice durante a explosão das ICOs em 2017, o ETH teve ganhos sólidos em relação ao BTC nos últimos anos, como mostrado no gráfico abaixo.

Gráfico semanal ETH/BTC. Fonte: Bitfinex/TradingView

Entretanto, embora possa competir com o Bitcoin como moeda, é difícil acreditar que o Ethereum possa ser utilizado como reserva de valor, ou seja, um ouro digital. Afinal o ETH não possui um limite máximo de moedas e as mudanças de emissão são feitas pela própria equipe, ao contrário do BTC, controlado pela matemática desde sua criação.

O que esperar do Ethereum?

Mesmo que o site oficial do Ethereum afirme que a atualização esteja marcada para os próximos meses, é difícil acreditar nisso. Afinal estas datas já foram prorrogadas diversas vezes, principalmente pelo adiamento da chamada “bomba de mineração”, um mecanismo que coloca pressão para a migração há anos.

Outro ponto está relacionado a eficácia e segurança do Ethereum após a transição. Qualquer bug pode trazer enormes prejuízos a criptomoeda, hoje com capitalização de mercado de 1,7 bilhão de reais.

Apesar disso, e da existência tímida de outras moedas que já usam proof-of-stake, é possível que esta atualização do Ethereum possa ajudar seu preço a subir. Já para ultrapassar o Bitcoin, o Ethereum precisa chegar aos 6.700 dólares — mais do que dobrar seu preço atual — e torcer para que o preço do BTC continue estático. Por hora, é difícil acreditar que isso ocorra.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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