Um candidato a deputado pelo Pará declarou R$ 448 milhões em patrimônio ao TSE, sendo R$ 39 milhões em criptomoedas. O alto valor declarado pelo candidato chamou atenção de brasileiros.
Isso porque, em 2012, o mesmo candidato concorreu ao cargo de vereador no município de Porto de Moz, também no Pará. Na ocasião, ele declarou apenas R$ 15 mil de patrimônio, mostrando que nos últimos dez anos multiplicou vertiginosamente seu capital.
No entanto, pela legislação atual, mesmo sendo um multimilionário, o candidato pode utilizar no máximo R$ 1.270.629,01 em sua campanha para candidato estadual, que ainda não foi aprovada pelo TSE.
Candidato a Deputado Estadual no Pará declara R$ 39 milhões em criptomoedas
Candidato a deputado estadual no Pará pelo Partido Progressista (PP), Ailson Souto da Trindade chamou atenção pelo seu patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral.
Superando os R$ 448 milhões, a fortuna do candidato tem joias e outros colecionáveis, avaliados em R$ 9 milhões. A maior parte da fortuna dele está em terrenos, com R$ 390 milhões sendo neste investimento, muito diferente de 2012, quando ele tinha apenas R$ 10 mil em terras.
Apesar de deter um bom terreno, ele tem apenas R$ 350 mil em casas. O candidato também não se mostra um fã da poupança, onde tem apenas R$ 64,49 depositados.
Mas chama atenção para os R$ 39 milhões declarados como dinheiro em espécie (moeda estrangeira), que a assessoria do candidato a deputado estadual explicou ao G1 ser um valor investido em criptomoedas.
Na nota enviada para a reportagem, os assessores explicaram que a Receita Federal considera as criptomoedas como uma forma de dinheiro estrangeiro, logo foi declarado ao TSE as moedas digitais dessa forma.
TSE veda doações em criptomoedas
Nas eleições do Brasil há alguns anos, o TSE proíbe candidatos de partidos receberem doações em criptomoedas, chamadas também de moedas digitais pelo órgão máximo do judiciário.
Como os candidatos têm um CNPJ, todos os gastos devem ser declarados corretamente para a justiça eleitoral, sob pena de incorrer em ilegalidade com a campanha eleitoral.
Apesar de as criptomoedas serem proibidas como forma de doação aos candidatos, a tecnologia blockchain pode ser utilizada para registrar os gastos de forma pública, dando mais transparência. Nas eleições de 2018, por exemplo, candidatos ao cargo de presidente da República fizeram esse movimento utilizando a plataforma Voto Legal.
Nas eleições de 2022, é possível que mais candidatos apresentem declarações de posse de criptomoedas, visto que o tema se popularizou no país nos últimos anos.