Em artigo de opinião publicado no Financial Times, Fabio Panetta voltou a atacar a indústria das criptomoedas. Segundo o membro do Banco Central Europeu (BCE), reguladores deveriam tratar tais ativos como jogos de azar.
Panetta não é o único com este pensamento. Há poucas semanas, um colunista do The Wall Street Journal descrevia o setor com as mesmas palavras, dando enfase a “falta de propósito da negociação de criptomoedas”.
Em suma, parece que os reguladores estão percebendo que não conseguem acompanhar o rápido ritmo das criptomoedas, sugerindo as ideias mais bizarras para acabar com esta indústria. O maior exemplo deste descontrole é o incessante uso da palavra unbacked (sem lastro), como se o euro (ou qualquer outra moeda fiduciária) tivesse algum.
Criptomoedas são jogos de azar disfarçados como investimentos
Utilizando boa parte de outro texto seu, publicado no início de dezembro, Fabio Panetta do BCE voltou a criticar as criptomoedas, desta vez em um artigo de opinião publicado no Financial Times.
Para o membro do Banco Central Europeu, as criptomoedas “carecem de qualquer valor intrínseco” e “não incentivam o consumo ou o investimento”. Ou seja, são meros ativos de especulação.
“Pegue criptomoedas sem lastro, por exemplo. Elas não desempenham nenhuma função social ou economicamente útil […] Na verdade, eles são uma aposta disfarçada de ativo de investimento.”
Desenrolando seu pensamento, Panetta explica que é justamente este sentimento que faz as criptomoedas continuarem vivas. “As pessoas sempre apostaram de muitas maneiras diferentes. E na era digital, as criptomoedas sem lastro provavelmente continuarão a ser um veículo para jogos de azar”, completou o membro do BCE.
“Além disso, a regulamentação deve reconhecer a natureza especulativa das criptomoedas não lastreadas e tratá-las como jogos de azar.”
Reguladores ainda não encontraram solução
Enquanto a China baniu as criptomoedas por completo, El Salvador adotou o Bitcoin como moeda legal. Entre estes dois extremos, a maioria dos governos busca um modelo sustentável que forneça segurança aos investidores enquanto não atrasa os avanços do setor.
No entanto, é difícil ver qualquer solução louvável. No máximo, investidores caem em uma área cinza, dependendo de si próprios para não cair em armadilhas.
Portanto, a fala de Fabio Panetta do BCE mostra o quão perdidos os reguladores estão, sugerindo loucuras como regular a indústria como jogos de azar, acreditando que isso seria benéfico a alguém de alguma forma.