Após a quebra dos três bancos mais envolvidos com criptomoedas, agora empresas do setor estão buscando grandes bancos para cuidar de seu dinheiro. A grande surpresa é que elas estão sendo bem-recebidas, até mesmo pelo JPMorgan.
A procura por bancos considerados “grande demais para quebrar” é um reflexo das declarações de Jeremy Allaire. Nesta semana, o CEO da Circle afirmou estar “tentando salvar as criptomoedas dos bancos” após sua stablecoin ter US$ 3,3 bilhões travados no Silicon Valley Bank (SVB).
Ainda que o SVB tenha sido salvo pelo Fed, garantindo os depósitos de seus clientes, nenhuma outra empresa cripto deseja passar pela mesma situação ou por outra ainda pior.
Isso também explica a crise em pequenos bancos americanos. Afinal, muitos acreditam que o Fed está dividindo o sistema bancário em dois, os que terão direito a resgates e os que não. Em outras palavras, muitos estão buscando acesso ao primeiro grupo.
JPMorgan está abrindo contas para empresas de criptomoedas
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, é conhecido por ser um dos maiores críticos das criptomoedas. No entanto, seu banco parece aberto a abrir contas para empresas deste setor após elas perderem seus maiores parceiros bancários.
Citando fontes anônimas, uma matéria da New York Magazine aponta que o JPMorgan está trabalhando com tanto com startups focadas em web3 e fundos de capital de risco envolvidas com criptomoedas.
O porta-voz de um desses fundos também confirmou à NYMag que as portas destes bancos estão abertas no momento.
“Nós ligamos para muitos bancos que são considerados ‘grande demais para falir’. Não posso dizer que alguém disse não para nós.”
No entanto, até antes do início da crise bancária, a situação era outra. Por diversas vezes o próprio Banco Central americano pediu para que bancos tomassem cuidado com empresas de criptomoedas, principalmente após o colapso da FTX.
“Eles estão todos mais abertos a nos aceitar”, revelou Yossi Hasson, cofundador de um projeto de NFTs à NYMag sobre grandes bancos. “Antes, você simplesmente não conseguia passar pelo compliance e agora, magicamente, você consegue.”
FDIC nega que novos donos do Signature precisem cortar laços com as criptomoedas
Dos três bancos americanos fechados, o Signature foi o caso mais polêmico. Enquanto alguns nomes com reputação no setor afirmam que seu fechamento foi arbitrário, fontes da Reuters afirmaram que os novos donos precisariam abandonar clientes envolvidos com criptomoedas.
Embora não tivesse respondido à matéria de imediato, o FDIC se posicionou após a publicação, negando que tal termo exista e que a agência não pretende proibir nenhuma atividade específica pelo banco.