A Fiji Solutions, uma empresa que supostamente trabalhava com criptomoedas na Paraíba, foi alvo, nesta quinta-feira (15), da Operação Ilha da Fantasia, deflagrada pela Polícia Federal.
Com atuação em Campina Grande, assim como a Braiscompany que foi alvo da Operação Halving meses antes, a Fiji prometia aos investidores grandes retornos associados a operações com criptomoedas.
Muitos confiaram na empresa, criada por Buenos Aires, empresário preso no Rio de Janeiro na última quarta-feira (14), com acusações de abuso infantil.
Ao começar a atrasar saques aos clientes, a Fiji chegou a ter investigações do Ministério Público da Paraíba contra o negócio. Contudo, o sócio principal evitou colaborar com as autoridades e agora responderá a acusações de crimes da prisão.
Entenda a Operação Ilha Fantasia que derruba a possível pirâmide financeira Fiji Solutions, que utilizou a imagem das criptomoedas em falsas promessas de investimentos
Em nota, a PF disse que deflagrou a nova operação visando combater crimes contra o sistema financeiro nacional e de organização criminosa, em tese cometidos por gestores das empresas Fiji e Softbank.
Os investigados captaram recursos de clientes, prometendo pagamento de remuneração expressiva, que seria obtida mediante operações de compra e venda de criptoativos.
Nos últimos 3 anos foram movimentados pelos principais investigados, valores equivalentes a aproximadamente 600 milhões de reais.
Foram cumpridos 8 mandados de busca e apreensão nos municípios de Campina Grande (3 no bairro de Itararé e 4 no bairro Catolé) e Gurjão, além de 3 mandados de prisão preventiva.
O nome da operação remete a um dos nomes comerciais utilizados pelo grupo criminoso, e ainda ao modus operandi empregado, que envolvia a promessa de rendimentos irreais aos investidores. Um vídeo obtido pelo Livecoins mostra o momento exato em que a PF chegou no escritório da Fiji, nesta quinta.
Polícia Civil do Rio de Janeiro, em apoio a PC paraibana, prendeu líder da Fiji por abuso infantil
Um dos alvos de mandado de prisão foi preso no dia 14 de junho de 2023, na cidade do Rio de Janeiro pela Polícia Civil daquele estado, em virtude de ordem de prisão temporária em virtude de crime de abuso sexual infantil. Ele estava no Rio de Janeiro e foi capturado pela Polícia Civil carioca, que deu apoio às investigações da PC paraibana. O trabalho teve a participação também da Polícia Rodoviária Federal e do Gaeco.
Trata-se do líder Bueno Aires, que é o responsável pelos negócios da Fiji Solutions e que vinha evitando as autoridades. Imagens que circulam em redes sociais indicavam sua prisão, além de mostrar que ele chegou a ter sua conta do Google bloqueada por ter conteúdos de abusos infantis relacionadas.
O empresário segue investigado por crimes relacionados a abuso sexual infantil. Ele passará por audiência de custódia no Rio de Janeiro e depois será transferido à Paraíba, para continuidade das investigações.
O Livecoins não conseguiu contato da defesa da Fiji, Softbank e nem Buenos Aires, mas o espaço permanece em aberto para comentários.
Empresa que alertou para fraude da Fiji lembra que corretora Kucoin desmentiu declarações de líder
Em nota ao Livecoins após a Operação Ilha da Fantasia, a empresa Blockseers, que realiza o rastreamento de bitcoin, lembrou tem ajudado clientes na busca por soluções do caso.
Ao buscar contato com a corretora Kucoin, por exemplo, a empresa descobriu que a Fiji Solutions nem tinha conta na plataforma, enquanto afirmava aos clientes que não estava pagando devido a um suposto bloqueio de valores.
“Em março de 2023, a Blockseers descobriu que o e-mail banido não possuía conta ativa na Kucoin, possivelmente foi alterado antes, desmentindo assim, o motivo do atraso nos pagamentos.”