CPI pede que Binance quebre sigilo de clientes

Sobre a Binance não ter uma corretora no Brasil, Nazar aponta que a empresa já demonstrou interesse em uma instituição financeira, devidamente regulada pelo Banco Central e pela CVM, mas que esse processo está sobre análise das autoridades.

Guilherme Haddad Nazar, diretor da Binance no Brasil, compareceu a CPI das Pirâmides Financeiras nesta quinta-feira (14), onde respondeu a diversas perguntas dos deputados brasileiros que tentam entender o papel da corretora em crimes de terceiros.

Em certo momento, o deputado Ricardo Silva (PSD-SP) comenta que a Capitual, então parceira da Binance no Brasil, analisou os 700 maiores usuários da Binance e classificou todos eles com um escore de risco acima de 95 pontos.

“Ou seja, com 95% de chances de estarem operando esquema de lavagem de dinheiro”, continuou o deputado, perguntando se Nazar poderia disponibilizar a lista destes clientes.

“Vocês poderiam disponibilizar a lista desses 700 maiores clientes da Binance?”

Em resposta, Nazar comenta que a informação apresenta “segredos de negócios”, mas que estaria disposto a cooperar com a investigação sob sigilo e ofício, entregando os nomes às autoridades.

Binance diz que negociações não são feitas no Brasil

Iniciando sua série de questionamentos, o deputado Ricardo Silva logo explica os motivos do comparecimento da Binance na CPI, notando que todos os esquemas citaram a corretora. Portanto, nota que isso exige uma reanálise das situações.

“Tudo que é esquema fraudulento que a gente ta apurando nessa CPI, o pessoal fala de Binance. É incrível isso, todos esquemas, todos, todo mundo transacionou, teve criptoativos [na Binance].”

Em outro trecho, o presidente da câmara questiona se a Binance operou em território nacional sem CNPJ. Em resposta, Guilherme Haddad Nazar explica que as negociações de criptomoedas são feitas fora do Brasil.

“A Binance, enquanto corretora de compra e venda de criptoativos, nós operamos sob modelo de corretora internacional, oferecendo esses serviços para investidores residentes no Brasil”, respondeu Nazar, notando que a corretora possui empresas auxiliares no Brasil.

Sobre a Binance não ter uma corretora no Brasil, Nazar aponta que a empresa já demonstrou interesse em uma instituição financeira, devidamente regulada pelo Banco Central e pela CVM, mas que esse processo está sobre análise das autoridades.

“Embora o processo esteja no seu devido curso, confesso que estamos ansiosos para que tenhamos o resultado final e possamos então ajustar, mudar e aprimorar nossas operações aqui no Brasil para operar localmente sobre uma única instituição.”

Em relação à informação aos impostos, Nazar reafirma que a Binance opera em um “modelo de corretora internacional”, ou seja, que a compra e venda de criptomoedas não ocorrem no Brasil.

Sobre a declaração de seus clientes, o diretor da Binance no Brasil aponta que essa é uma responsabilidade de seus clientes. “A instrução [normativa] 1888 não é aplicável para corretoras de criptoativos internacionais até o devido momento”, declarou.

“Salientamos a todos nossos clientes em diversas comunicações que é responsabilidade deles fazer o devido reporte para a Receita Federal”, comentou Nazar. “Nós não damos aconselhamento fiscal, porém sugerimos que eles buscam um tributarista competente que os ajudem com essa responsabilidade.”

Sobre as pirâmides financeiras, foco da CPI, Nazar afirma que a Binance é uma “vítima reputacional” desses maus atores, notando que a corretora trabalha de maneira muito próxima e colaborativa com as autoridades.

Por fim, em determinado momento, Nazar também explica que Fernando Haddad, atual Ministro da Fazenda, é irmão de sua mãe. No entanto, também faz questão de notar que começou a trabalhar na Binance em setembro de 2022, mas que seu tio virou ministro em dezembro.

O depoimento completo de Guilherme Haddad Nazar, diretor da Binance no Brasil, pode ser assistido na íntregra no vídeo abaixo.

 

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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