Projeto Mariana: Moeda global começa a ser testada pelo Banco Central dos Bancos Centrais

O BIS declarou que o projeto é puramente experimental e não indica que nenhum dos bancos centrais envolvidos pretenda emitir a moeda.

O BIS, também chamado de “Banco Central dos Bancos Centrais”, divulgou nesta quinta-feira (28) que testou com sucesso uma nova moeda digital global. Os testes foram realizados sob o codinome “Projeto Mariana”.

CBDC é uma sigla para “Central Bank Digital Currency“, ou na tradução literal, moeda digital de banco central. Em testes por vários países, o novo formato de dinheiro pretende fazer frente ao crescimento do Bitcoin e das criptomoedas.

Além disso, as transações globais em moeda fiduciária ainda são lentas e caras, mas com um projeto digital podem melhorar. Muitas CBDCs em testes estão sendo construídas com a tecnologia blockchain como base.

Entenda o que  é o “Projeto Mariana”

Em um documento com 37 páginas, o BIS liberou ao público os primeiros resultados do Projeto Mariana.

Todos os testes passaram pela blockchain pública do Ethereum, com tokens ERC-20 como padrão. O projeto ocorreu com a colaboração do BIS Innovation Hub (BISIH), o BC da França (Bank of France), o banco central de Singapura (Monetary Authority of Singapore – MAS) e o banco central suíço, o Swiss National Bank.

“A prova de conceito de Mariana demonstra a viabilidade técnica dos chamados criadores de mercado automatizados (AMMs) para negociação e liquidação transfronteiriça de hipotéticos CBDCs atacadistas de francos suíços, euros e dólares de Singapura (wCBDCs). Ele empresta ideias e conceitos do DeFi e aproveita um blockchain público para projetar e testar um mercado interbancário FX transnacional usando wCBDCs.”

Projeto Mariana realizou testes com DeFi entre bancos centrais

Projeto Mariana BIS (Imagem: BIS)
Projeto Mariana BIS (Imagem: BIS)

O foco em transações no mercado forex, que movimenta US$ 7,5 trilhões por dia, é um dos maiores objetivos do Projeto Mariana. Assim, ele pretende explorar como negociações e liquidações cambiais podem acontecer em um mundo onde todos os bancos centrais emitem suas próprias CBDCs.

Além disso, há um interesse e teste com ambientes DeFi, de finanças descentralizadas, que podem crescer com a chegada das moedas de bancos centrais em formatos digitais.

Por fim, o BIS declarou que o projeto é puramente experimental e não indica que nenhum dos bancos centrais envolvidos pretenda emitir a CBDC ou endossar projetos de DeFi.

Futuros testes da tecnologia, inclusive com tokenização, foram recomendados ao final do estudo, o que significa que os testes atuais podem resultar em uma futura moeda global baseada em blockchain.

Vale lembrar que no Brasil o banco central também realiza o piloto com o DREX, moeda inicialmente chamada Real Digital. Com uso de uma blockchain privada, a moeda nacional brasileira pode passar por mudanças e até uma futura integração com o PIX.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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