A Pantera Capital classificou o Bitcoin como “o ativo mais subestimado do mundo”, destacando sua robustez e valor inerente que parece estar sendo negligenciado pelas instituições financeiras tradicionais.
Fundada em 2013, a Pantera Capital é uma das primeiras instituições de investimento dedicadas exclusivamente ao Bitcoin e às criptomoedas. Com mais de uma década de experiência, a empresa tem sido uma voz influente, advogando pela adoção institucional das criptomoedas.
Em seu mais recente artigo para investidores, o fundo comparou o Bitcoin a gigantes corporativos em termos de valor de mercado, volume diário de negociação, e volatilidade, apontando para a discrepância entre sua importância real e o reconhecimento institucional que recebe.
Eles também afirmam que, apesar de sua liderança em valor de mercado e adoção, o Bitcoin tem sido historicamente subfinanciado e mal servido, indicando uma oportunidade para os investidores que percebem seu verdadeiro valor.
“Como um ativo com:
- Valor de mercado de US$ 900 bilhões (60% maior que o da Visa);
- US$ 26 bilhões em volume diário de negociação (250% a mais que a Apple);
- 50% de volatilidade anualizada (20% menos que Tesla);
- Mais de 220 milhões de titulares em todo o mundo;
…foi ignorado e exilado das “principais” instituições financeiras do mundo durante 10 anos?”
Após fazer a pergunta acima, a empresa argumenta que o Bitcoin é um dos ativos mais distintos no ecossistema de criptomoedas. Segundo analistas da empresa, o valor de mercado e volumes do Bitcoin são quase 3x maiores que os do Ethereum.
“Existem mais de 200 milhões de detentores de Bitcoin contra 14 milhões de detentores de Ethereum em todo o mundo. E o Bitcoin ainda está sozinho num mar de cinza regulatória — reconhecido, classificado e tratado como uma mercadoria digital.”
Eles acrescentam que se o sistema financeiro de Wall Street não for construído para o Bitcoin, então o Bitcoin terá que construir um sistema financeiro para si mesmo.
Oportunidade de 500 bilhões de dólares
Os analistas da Pantera Capital também falaram sobre uma oportunidade de mais de meio trilhão de dólares em trazer finanças descentralizadas (DeFi) para a blockchain Bitcoin, potencialmente posicionando aplicativos descentralizados baseados em Bitcoin.
A empresa argumenta sobre o potencial do Bitcoin de acumular US$ 500 bilhões em liquidez por meio de projetos de DeFi, especialmente se eles alcançarem participações de mercado semelhantes às que podem ser vistas na blockchain do Ethereum.
Atualmente, o Ethereum domina o mercado de finanças descentralizadas, hospedando a maior parte das atividades e, historicamente, as aplicações de DeFi representaram entre 8% e 50% da capitalização de mercado do Ethereum, sendo o número atual de aproximadamente 25%.
Extrapolar essas proporções para o Bitcoin sugere que a rede tem potencial para atrair cerca de US$ 225 bilhões a US$ 500 bilhões em valor.
Além disso, a Pantera Capital prevê que a principal aplicação descentralizada do Bitcoin poderá eventualmente atingir uma avaliação de 200 bilhões de dólares, estabelecendo-se firmemente entre os ativos mais valiosos do ecossistema.
“O Bitcoin está de volta como um ativo de um trilhão de dólares. No entanto, ainda não explorou uma oportunidade de meio trilhão de dólares.”, diz a empresa.
O novo ciclo de alta do Bitcoin
A Pantera Capital projeta um futuro promissor para o mercado de criptomoedas, apoiado por uma série de fatores positivos que incluem decisões regulatórias favoráveis e uma crescente adoção institucional.
O lançamento dos ETFs de Bitcoin e a antecipação do próximo halving são vistos como ventos positivos que poderiam impulsionar um novo ciclo de alta no mercado e levar o Bitcoin a marca de US$ 148 mil até meados de 2025.
Além disso, a Pantera observa uma mudança na infraestrutura blockchain, com o crescimento das camadas 2 e blockchains de hiperescala, sugerindo um ponto de inflexão comparável à transição da “discagem” para a “banda larga” na internet.
Apesar de um 2022 desafiador para os mercados financeiros globais, a Pantera Capital ressalta a resiliência do setor de blockchain. A queda acentuada na capitalização do mercado de criptomoedas e as falências de várias empresas destacaram a necessidade de uma maior transparência e segurança.
No entanto, esses eventos também pavimentaram o caminho para inovações regulatórias e uma reavaliação das práticas de empréstimo no mercado cripto, com a Pantera apontando para um futuro onde tais contratempos são menos prováveis de se repetir.
Tokenização de ativos reais
Explorando além das criptomoedas, a Pantera Capital investiga a tokenização de ativos do mundo real (RWAs), como títulos do Tesouro dos EUA. Esta abordagem promete democratizar o acesso a investimentos tradicionalmente restritos, oferecendo maior liquidez, transparência e eficiência.
O sucesso da empresa do portfólio Pantera, Ondo, em emitir títulos do tesouro dos EUA tokenizados, reforça o potencial da tecnologia em remodelar o cenário financeiro, permitindo que investidores globais participem de mercados anteriormente inacessíveis.
“Quer se trate de títulos do tesouro, ações ou mesmo escrituras de casas, acreditamos que haverá muito mais ativos que serão integrados no mundo digital através da tokenização, concretizando os benefícios da liquidez global, liquidação mais rápida e maior transparência.”
A empresa conclui seu longo texto com uma visão otimista sobre o futuro do Bitcoin e do mercado de criptomoedas mais amplo, afirmando estar no início do quarto grande ciclo de mercado, impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças regulatórias favoráveis e uma adesão crescente de instituições tradicionais.
O novo ciclo promete revigorar o mercado de criptomoedas e pavimentar o caminho para uma era de inovações financeiras descentralizadas, com o Bitcoin e outras criptomoedas no centro de uma transformação global.
Por fim, a empresa vê o Bitcoin como um ativo subestimado e precursor de uma revolução financeira descentralizada. Com uma combinação de tecnologia blockchain avançada, clareza regulatória emergente e adoção institucional crescente, o futuro das criptomoedas e das finanças descentralizadas parece inevitável.