Negociado a US$ 63.500, seu menor preço das últimas duas semanas, o Bitcoin (BTC) opera em queda de 6% nesta terça-feira (19). A correção acontece após a liberação dos dados de inflação dos EUA na semana passada, se agravando com as saídas do ETF da Grayscale batendo recordes.
As liquidações chegam a R$ 3,3 bilhões no mercado de futuros, sendo posições compradas em Bitcoin e Ethereum as mais afetadas.
“Nas últimas 24 horas, 240.997 traders foram liquidados, o total de liquidações chega a US$ 655,44 milhões (R$ 3,3 bilhões)”, aponta a Coinglass. “A maior ordem de liquidação única aconteceu na OKX — BTC-USDT-SWAP no valor de US$ 12,25 milhões (R$ 62 milhões).”
ETF da Grayscale continua pressionando Bitcoin
Embora a BlackRock tenha comprado 6.703 bitcoins nesta segunda-feira (18), mantendo um ritmo forte, a Grayscale teve uma das maiores saídas diárias de sua história, totalizando 9.539 BTC em saques. As quantias são equivalentes a R$ 2,1 bilhões e R$ 3 bilhões, respectivamente.
Mesmo somando a entrada das outras gestoras, o saldo acabou em 2.293 bitcoins (R$ 740 milhões) no negativo. Portanto, além da pressão vendedora, os números também podem ter assustado outros players do mercado.
“Fluxo de ETF Bitcoin — 18 de março de 2024. Saída do GBTC em US$ 643 milhões”, escreveu a BitMex.
“Maior saída da GBTC até agora”, comentou Eric Balchunas em relação aos valores em dólares.
Biggest outflow for GBTC thus far https://t.co/g6wdrTPOhE
— Eric Balchunas (@EricBalchunas) March 18, 2024
Economia americana pressiona Bitcoin
Uma das razões para a recente correção do Bitcoin é a economia dos EUA, que ainda luta para alcançar a meta de inflação de 2% ao ano. Embora o mercado antes acreditasse em uma redução na taxa de juros pelo Fed, agora ele está preocupado de que ela se mantenha entre 5,25 a 5,5% por um período mais longo.
Sendo assim, não foi apenas o Bitcoin que caiu. Ouro opera em queda de 2% na semana após também atingir sua máxima história e o real brasileiro voltou a ser negociado acima de 5 para 1 contra a moeda americana, atingindo maior nível dos últimos 5 meses.
A próxima reunião do Fed está marcada para esta quarta-feira (20). Portanto, o mercado pode estar se antecipando a comentários negativos vindos de Jerome Powell e sua equipe.
De qualquer forma, a queda do Bitcoin é a maior de todas devido a sua já conhecida volatilidade. Para Scott Melker, uma correção seria necessária para frear os recentes excessos do mercado.
“Tenho algumas preocupações. Fundamentalmente, com o interesse do ETF e o ciclo aumentando, quero acreditar que subiremos muito, muito mais. No entanto, a maioria dos principais sinais que eu normalmente procuraria quando não estou no FOMO (medo de ficar de fora) estão presentes”, escreveu Melker, citando “memecoins enlouquecendo, grande corrida em altcoins para sobrecompra histórica, divergências de baixa aparecendo em todos os quadros de tempos altos e ganância máxima”.
“Eu não ficaria nem um pouco surpreso em ver este mercado esfriar bastante por alguns meses antes de, esperançosamente, subir novamente no outono. Não estou fazendo uma previsão, apenas observando que estamos numa daquelas fases em que ninguém está prestando atenção a quaisquer sinais de topo.”
I have some concerns.
Fundamentally, with the ETF interest and the cycle ramping up, I want to believe that we go much, much higher.
However… most of the top signals I would normally look for when I am not FOMOing are present – meme coins going insane, huge run on alts to…
— The Wolf Of All Streets (@scottmelker) March 18, 2024
Criptomoedas acompanham queda do Bitcoin
Enquanto o Bitcoin opera em queda de 6% nesta terça-feira (19), outras criptomoedas apresentam resultados ainda piores. Ethereum (ETH), mesmo após a atualização Dencun, perdeu cerca de 800 dólares na semana e está sendo negociado por US$ 3.200.
As maiores perdas do dia entre as 100 maiores moedas do mercado ficam para as memecoins Dogwifhat (WIF) e Bonk (BONK), com perdas de 20 e 15%, respectivamente, mas também atingem projetos mais badalados como Jupiter (JUP), Worldcoin (WLD) e Solana (SOL), com quedas de 20%, 13% e 12,6%, respectivamente.
Por fim, resta acompanhar os gráficos para ver onde o Bitcoin encontrará suporte. Além disso, a reunião do Fed e o fluxo dos ETFs também devem ser prioridade para investidores, que continuam protegidos pela tendência de alta de longo prazo.