Em nota publicada nesta quinta-feira (2), o Departamento de Justiça dos EUA anunciou a prisão de Maximilien de Hoop Cartier, descendente direto da família Cartier, famosa por joias e relógios de luxo.
Segundo as acusações, Cartier estaria envolvido na lavagem de dinheiro do narcotráfico colombiano. Outros cinco colombianos estão sendo processados ao seu lado, quatro deles podem pegar prisão perpétua caso condenados.
“Maximilien de Hoop Cartier e cinco cidadãos colombianos supostamente tentaram importar mais de 100 quilogramas de cocaína e lavaram centenas de milhões de dólares”, comentou James Smith, diretor assistente do FBI, notando que os indivíduos utilizaram uma corretora sem licença de Cartier para mover os fundos dos EUA para a Colômbia.
Um sobrenome famoso, 100 kilos de cocaína e centenas milhões de dólares em criptomoedas
Fundada em 1847, a francesa Cartier é uma das joalherias mais famosas do mundo. No entanto, um dos descendentes diretos dessa família optou pelo caminho do crime. Segundo processo do Departamento de Justiça, o argentino Maximilien de Hoop Cartier estaria envolvido com o narcotráfico desde 2020, lavando dinheiro para traficantes.
Uma das principais acusações é que Cartier operava uma corretora de criptomoedas sem licença e que controlava diversas outras empresas de fachada nos EUA. Entre maio e novembro de 2023, por exemplo, Cartier e outros membros do esquema teriam lavado US$ 14 milhões usando a criptomoeda USDT.
Segundo o DoJ, Leonardo de Jesus Zuluaga Duque e Erica Milena Lopez Ortiz eram responsáveis por realizar a conversão dos lucros do tráfico de drogas na stablecoin.
Já nos EUA, Maximilien de Hoop Cartier convertia a criptomoeda em dólar americano e então realizava transações bancárias para empresas colombianas de fachada controladas por Felipe Estrada Echeverry.
“Maximilien de Hoop Cartier, Leonardo de Jesus Zuluaga Duque, Erica Milena Lopez Ortiz e Felipe Estrada Echeverry eram membros de uma rede que lavou milhões de dólares em lucros do tráfico de drogas usando criptomoedas e o sistema financeiro dos EUA”, afirmou Damian Williams, promotor dos EUA.
“Cartier também é acusado de cometer uma série de delitos financeiros ao trabalhar com essa rede de lavagem de dinheiro, resultando em centenas de milhões de dólares em transações ilegais.”
O grupo era formado apenas por veteranos. Enquanto Felipe Estrada Echeverry, o mais novo, está com 38 anos, Maximilien de Hoop Cartier já está com seus 57. Leonardo de Jesus Zuluaga Duque, o mais velho dos seis, tem 61.
O grupo pode passar o resto se suas vidas na cadeia. Caso condenados, as penas mínimas estão entre 10 a 20 anos de reclusão, no entanto, quatro deles podem pegar prisão perpétua por tráfico internacional.
Cartier é o membro que enfrenta o maior número de processos, 5 no total, incluindo conspiração para cometer lavagem de dinheiro, lavagem de dinheiro, fraude bancária, engajamento em transação monetária com propriedade derivada de atividade ilegal e operação de um negócio de remessa de dinheiro não licenciado. Somadas, as penas máximas dessas acusações chegam a 85 anos de prisão.