A Tether, empresa responsável pela USDT, lançou mais uma stablecoin nesta segunda-feira (17). No entanto, o novo projeto será diferente do USDT, possuindo lastro em outra criptomoeda da Tether lastreada em ouro, a Tether Gold (XAUt).
Em suma, usuários poderão usar suas XAUt para cunhar a nova moeda, chamada aUSDT, e dar lastro a ela. Segundo a empresa, essa é uma maneira para que investidores de ouro mantenham suas posições no metal, mas consigam usar seu dinheiro por meio de um ativo de preço mais estável.
Em conjunto a isso, a Tether também apresentou uma plataforma chamada Alloy. Ao que tudo indica, a gigante lançará outras criptomoedas ligadas com base nessa premissa.
“Ativos atrelados (Tethered Assets) são ativos digitais que visam rastrear o preço de referência de outro ativo através de diferentes mecanismos de estabilização.”
“No caso do Alloy by Tether, o aUSDT tem lastro excedente em XAUt e a sua estabilidade de preços é mantida através da dinâmica de oferta/demanda nos mercados secundários (incluindo pools de liquidez)”, escreveu a empresa no Twitter. “O Alloy by Tether oferece aos detentores de longo prazo a oportunidade de manter a exposição ao ouro, ao mesmo tempo que obtém um ativo atrelado ao dólar para pagamentos e a economia do dia a dia.”
5/ Alloy by Tether provides long-term holders the opportunity to maintain exposure to gold, while in parallel obtaining a dollar-referenced Tethered Asset for payments and day-to-day economy.https://t.co/tuQikMJbJU
— Alloy by Tether (@Alloy_tether) June 17, 2024
Embora o ouro seja uma moeda milenar, a Tether não teve tanto sucesso em sua stablecoin lastreada no metal. Segundo dados do CoinMarketCap, a XAUt teve um crescimento lento desde sua criação em 2020 e hoje possui um valor de mercado de US$ 571 milhões, bem distante dos US$ 112,5 bilhões da USDT.
Sendo assim, isso explica o interesse da empresa em lançar novos produtos ligados ao ouro, o que daria mais exposição a essa sua outra stablecoin.
Novas stablecoins terão lastro excedente, afirma Tether
O lançamento de uma stablecoin lastreada em outro ativo também não é nenhuma novidade. A própria Tether, por exemplo, é lastreada em títulos do Tesouro americano, ouro e até mesmo Bitcoin.
A estratégia para estar funcionando. Isso porque a gigante revelou um lucro de R$ 3,6 bilhões em um único trimestre no início do ano passado. Portanto, novos produtos similares podem aumentar a receita da empresa.
Segundo a Tether, todos os novos ativos terão lastro excedente. Ou seja, para cada 1 dólar na nova stablecoin, será necessária uma quantia maior de ouro para dar lastro a ela. Os valores exatos não foram confirmados nos documentos.
“Os usuários colocam um valor maior de garantia (como XAUt) do que o valor da moeda digital que desejam criar”, explicou a Tether. “Essa garantia extra serve como uma rede de segurança, absorvendo possíveis flutuações no valor do ativo colateralizado.”
Caso o preço desse ativo que dá lastro caia, a posição do investidor será liquidada, semelhante ao que acontece em outros projetos como a stablecoin DAI, que é lastreada em Ether (ETH).
Por fim, a Tether não citou outros exemplos além do XAUt sendo usado como garantia para a aUSDT, mas é possível que diversos outros pares apareçam na Alloy.
Isso pode incluir, por exemplo, uma stablecoin de Real (BRL) lastreada em USDT. Nas redes sociais, usuários perguntaram quando a Tether lançará uma stablecoin lastreada em Bitcoin.