Em palestra nesta quarta-feira (20), durante o painel “Banco Central: As Diretrizes para Criptoativos em 2025“, no evento Criptorama, Antonio Marcos Fonte Guimarães (Consultor no Gabinete do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central), falou sobre alguns pontos que o BCB estuda atualmente.
De acordo com Antonio, o banco central estudava deixar o mercado de criptomoedas adotar uma autorregulação. Contudo, quando o Facebook decidiu lançar sua criptomoeda própria, a Libra, os reguladores ligaram o alerta.
Apesar da criptomoeda do Facebook nunca chegar ao mercado com o projeto abandonado há anos, o consultor do BCB lembra que a partir de 2019 outro evento impactou o mercado. Isso porque, o GaFi passou a recomendar a regulação das criptomoedas, principalmente para entidades que intermedeiam negociações.
Antônio lembrou que o Executivo estudou colocar o Coaf, CVM e Banco Central Brasil para regular o mercado, deixando este último como o responsável.
“Conversamos com Japão para entender o colapso da MTGox e aprender a regular as criptomoedas”, diz consultor do BCB
Durante sua palestra no evento Criptorama, Antonio Marcos lembrou que a Lei 14.478/2022 impactou a regulação no Brasil, ao apontar o BCB como regulador das corretoras de criptomoedas.
Ao estudar o mercado, os funcionários do BCB conversaram com a FCA do Reino Unido e com autoridades do Japão, para compreender a regulação do país após a queda da MTGox.
O consultor lembra que o estágio atual da regulação das corretoras segue com uma consulta pública, a primeira conduzida pelo banco central brasileiro.
“Então este é o cenário que nós temos hoje, mas se você observar houve uma série de questionamentos, se deveria regular, como deveria ser regulado e quem deveria regular“, completou Antonio.
“A regulação das criptomoedas não vai parar aqui”
Para 2025, o mercado de criptomoedas brasileiro espera que a regulação comece a cobrar novas regras e a fiscalizar as empresas que prestam serviços de intermediação na negociação destes ativos. Embora o mercado tenha forte presença de corretoras de criptomoedas, as exchanges, nos últimos anos grandes bancos chegaram com suas plataformas próprias no ecossistema.
Seguindo, Antonio lembrou que a regulação das criptomoedas não vai parar aqui, visto que ainda há um longo caminho a se percorrer. Isso porque, o regulador pretende também regular as stablecoins, criptomoedas lastreadas em moedas fiduciárias ou outros ativos, que têm chamado atenção de brasileiros.
Outro tópico observado pelos reguladores brasileiros envolve a regulação da tokenização de ativos, que também deve ter um aprofundamento das discussões.
De qualquer forma, chama atenção o fato que o consultor indicou que o BCB não mira agora a regulação dos P2P, apenas das corretoras de criptomoedas que atuam no Brasil.