Mesmo presa nos Estados Unidos, a carteira de bitcoin vinculada a Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, esposa do “Faraó dos Bitcoins”, continua ativa e movimentando fundos.
As transações, identificadas na segunda semana de janeiro, envolvem milhões de reais em bitcoin que passaram por diversas carteiras, com parte dos valores direcionada para exchanges internacionais — o que indica venda — e outros ainda mantidos em endereços específicos.
Investigações apontam para um total de 1.950 BTC sob o controle de Mirelis, que passaram por diversas carteiras, culminando em uma conta específica que atualmente tem 1.300 bitcoins na carteira bc1qcdpeyrpm82pdhun5k75pmw92k6y6qtc8hxqk8v.
Além disso, foram enviados 94.93 BTC para carteira bc1q3jjxeg5jznjah8r0z9dgzdl84yqdwsy4xk09tc.
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Outra carteira identificada como bc1qluuy04mjxqj8yc44lgnez8eml4pwulvukfatak registra um saldo inicial de 1.950 BTC. Em um momento progressivo, os valores foram fragmentados entre outras carteiras:
- 1.665 BTC migraram para outras carteiras no início das transações.
- Valores sucessivos foram transferidos para outras carteiras, até a chegada de 1.300 BTC, alocados na carteira bc1qr9yep546w22q0g0tgfwv0dcheh005dr3dtq8qd, ainda não movimentada.
Movimentações em exchanges
Desde 2023, uma grande parte dos bitcoins foi liquidada, principalmente na Exchange OKX. Os detalhes incluem:
- 94.93181471 BTC entre 2023 e 2025:
- Destino principal: OKX, utilizando a carteira 3KxtqEbEUK7zppfJCo3KrCEbkTDFgPYjmV, entre as datas 27/10/2023 a 01/11/2023 com 20 BTC, e as datas 17/04/2024 a 24/04/2024 com 40 BTC, ou seja, a carteira recebeu 60 BTC.
- Em 11 de Janeiro de 2025, 34.93119251 BTC foram transferidos da carteira bc1q7r4y8zhs95vavseufnjnksu0g97yq39ywuy9nw, para uma nova carteira também pertencente a OKX, com cerca de R$ 20 milhões no dia da transação.
- O valor atual estimado para 94,93 BTC é de US$ 9.937.000 (cerca de R$ 60,2 milhões, com base na cotação atual de US$ 104.726 por bitcoin e o dólar a R$ 6,06).
Mesmo presa, Mirelis Diaz movimenta milhões em bitcoins
Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, esposa de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, foi presa em Chicago, nos Estados Unidos, após dois anos e meio foragida.
A prisão ocorreu em 24 de janeiro de 2024, resultado de uma cooperação entre a Polícia Federal brasileira, o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) e o Serviço Secreto norte-americano.
Mirelis é acusada de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. As investigações apontam que ela e Glaidson movimentaram aproximadamente R$ 38 bilhões em um esquema de pirâmide financeira que lesou inúmeros investidores em criptomoedas.
O que chama atenção, portanto, é como Mirelis está conseguindo mover bitcoins, sendo que está na cadeia.
Com 1.300 BTC ainda intactos, a grande questão é:
Esses fundos começarão a ser movimentados futuramente?
Se movimentados, podem revelar a identidade de seus controladores ou apontar novos esquemas financeiros.
A Blockchain, embora transparente, depende de um monitoramento ativo e cooperação internacional para garantir que fundos ilícitos não desapareçam. Sendo assim, o caso destaca a necessidade urgente de:
- Aprimorar e qualificar a vigilância financeira no Brasil;
- Fortalecer parcerias com as exchanges, tanto as que possuem sede no Brasil como as internacionais;
- Garantir que movimentações sejam identificadas imediatamente.
O enigma das movimentações da carteira de Mirelis Yoseline Diaz Zerpa é um lembrete do quanto o uso das criptomoedas ainda desafia os sistemas tradicionais de fiscalização.
Enquanto isso, a blockchain continua aguardando pacientemente o próximo movimento, revelando, como sempre, que na rede nada fica completamente oculto.