“Minerei bitcoin em 2016 e lucrei, mas posso até ser antibitcoin”, diz Atila Iamarino

Biólogo levou Edemilson Paraná em um vídeo chamado "O Golpe das Criptomoedas"

O biólogo brasileiro Atila Iamarino divulgou um novo vídeo em seu canal no YouTube um novo vídeo intitulado “O Golpe das Criptomoedas“, onde ele confessa que conheceu o bitcoin desde 2010. Carregando seu próprio nome, o canal tem cerca de 1,7 milhão de seguidores.

Narrando sua experiência, ele lembrou que no início não deu muita atenção. Em 2013, outro conhecido até falou sobre o assunto de bitcoin, mas meses depois lamentava a perda do dinheiro na corretora MTGox.

Contudo, Iamarino lembra que comprou um computador novo em 2016 que utiliza até os dias de hoje e resolveu testar a capacidade do novo equipamento. Assim, ele se lembrou da possibilidade de minerar bitcoin e conseguiu gerar cerca de R$ 2 mil na ocasião.

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Avança pro futuro de novo. 2016, eu tô montando o computador que a gente tá usando para fazer essa captação agora. Meu primeiro computador que eu montei, como que eu vou testar se meu computador tá funcionando bem? Vou pôr ele em estresse. Ah, tem a tal da criptomoeda. Vou instalar um minerador de criptomoeda aqui e vou ver se a placa gráfica e o e o processador seguram a coisa funcionando. Então, monto o computador, bota essas coisas e deixa ele dois meses trabalhando muito ali, gerando moeda. Aí de repente o que eu tinha gerado valia R$ 2 ou R$ 3.000 e eu não tinha gastado, sei lá, R$ 400 de energia com computador ligado nesse tempo“, lembrou o biólogo.

Iamarino disse que enquanto minerava estudou sobre o bitcoin e gostou da ideia de uma moeda sem governo, com custos de transação mais baratos e sem burocracia de transferências internacionais.

Atila revelou dificuldades para vender bitcoin

Contudo, ele declarou que quando resolveu vender tudo que tinha encontrou muita dificuldade e foi quando as teorias que ele havia gostado soaram como um balão furado.

Porque se é a moeda do futuro e eu não consigo usar como moeda, eu não consigo vender, não tão usando para o que falaram que ia usar“, disse ele, argumentando que foi muito difícil liquidar tudo.

Ele lembra que chegou a observar a cotação do bitcoin no futuro, mas que já não fazia mais sentido para sua vida. O biólogo, que ganhou muita notoriedade em comentários sobre a pandemia da Covid, disse que “não é antibitcoin, mas que até pode ser“.

Atila Iamarino diz que era aflito com a volatilidade do bitcoin

Para conversar com ele sobre bitcoin, Atila Iamarino convidou Edemilson Paraná, um Economista Político e Professor da LUT University.

Logo no início das suas respostas, Paraná declarou que o bitcoin não é um dinheiro, mas uma mercadoria digital. “É antes de mais nada uma mercadoria digital, um ativo especulativo que é comprado e vendido no mercado“, disse.

Seguindo, o professor de economia declarou que o bitcoin até funciona como um meio de pagamento, mas que é importante não confundir as funções secundárias dele com aquilo que ele é primariamente.

Porque ele chegou ao valor de US$ 120 mil? Porque ele é um veículo especulativo. E isso eu acho que ajuda a gente a limpar o campo, porque essa é a economia política fundamental das criptomoedas em sentido amplo e do Bitcoin em particular, né? De novo, nem toda criptomoeda é Bitcoin, mas o Bitcoin é uma criptomoeda“, declarou Paraná.

O economista declarou que o bitcoin não tem um apelo tão forte como meio de pagamentos, mas que encontra um caminho em atividades ilícitas.

Você descreveu a aflição que eu tive, porque eu apostei muito no lado moeda do Bitcoin, achando que eu ia conseguir usar ele como moeda, uma moeda internacional que dá para você deixar um dinheiro salvo ali, que não desvaloriza e que depois você pode usar para compras no cartão de crédito ou para fazer outras coisas. O que fintechs acabaram resolvendo com contas internacionais hoje em dia. Essa parte especulativa me dava muita agonia“, declarou Iamarino.

“Influencers falam que bitcoin é dinheiro para vender cursos, mas estudos sérios sabem que não é verdade”, diz convidado de Atila Iamarino

O convidado do Podcast Não Ficção seguiu explicando que o bitcoin não é uma forma de dinheiro, criticando influencers que dizem o contrário.

A gente precisa para entender isso, voltar num conceito fundamental das criptomoedas, né? De novo aqui inaugurado pelo Bitcoin. Qual que é a ideia? A ideia é que você seja capaz de criar um sistema de pagamento. Então ele surgiu para ser isso. Ele foi pensado assim. Por isso que a gente se confunde em geral, né?

Porque tem um caminhão de pessoas na internet muito influentes, influencers com alta audiência e que vivem fundamentalmente para reproduzir essas dinâmicas de audiência, vender cursos, se beneficiar dessa economia da atenção em torno disso, que basicamente estão confundindo o debate e dizer: “Não, isso é uma moeda, isso é um meio de pagamento’,” declarou o convidado.

“De marxistas a liberais já entenderam que bitcoin não é um dinheiro, só libertários insistem”

Ele ainda completou que apenas pesquisas sérias e acadêmicas conseguem mostrar que o bitcoin não é uma moeda, e que até liberais e marxistas já entenderam isso, menos os libertários da escola austríaca.

Pesquisa séria, o estado da arte hoje da da compreensão científica, acadêmica, consolidada sobre o tema é que Bitcoin e criptomoeda não é dinheiro de forma alguma, né? Não tem como ser dinheiro no sentido universal que a gente atribui a ele, né? É aceito universalmente como tal. Depois a gente pode entrar um pouco mais no porquê disso. Porque que ele não pode estruturalmente ser isso? Isso, Atila, é invariável, independentemente, com algumas exceções, corrente de pensamento econômico a que você adere.

“Assim, se você é razoável hoje do pensamento liberal ao pensamento marxista, todo mundo meio que já entendeu que isso não é dinheiro de forma alguma, né? Aí, claro, você tem um pessoal mais radical ali da escola austríaca, os libertários, que inclusive tem seus representantes no Brasil, que aí sim vão as últimas consequências para afirmar que isso não só é dinheiro, como deveria ser crescentemente a forma fundamental de dinheiro. Mas essa não é a abordagem das autoridades monetárias, essa não é a abordagem da academia, essa não é a abordagem mais aceita por aqueles que estão de fato trabalhando com evidências, com dados e com uma análise eh coerente“, completou.

O debate completo segue disponível no YouTube, com mais de 40 mil visualizações.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.
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