China acusa EUA de roubar 127 mil bitcoins: “hack estatal”

“O governo dos EUA pode ter sido o próprio responsável pela operação de hacking que roubou os 127 mil BTC de Chen Zhi em 2020, caracterizando um caso de “ladrões que roubam ladrões” operado por hackers estatais”, disseram os especialistas do governo chinês.

O China National Computer Virus Emergency Response Center (CVERC) emitiu uma análise técnica no último domingo (9) sobre o confisco de 127 mil bitcoins feito pelos EUA no mês passado.

A tese sugere que os EUA roubaram a quantia, hoje avaliada em US$ 13,2 bilhões/R$ 69,5 bilhões.

China acusa governo americano de ser o responsável pelo maior ataque hacker de Bitcoin da história

O governo americano revelou no dia 14 de outubro a apreensão de 127 mil bitcoins ligados a Chen Zhi, apontado como líder de umas das maiores organizações criminosas da Ásia.

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Na data, uma investigação inicial feita pelo Livecoins apontou que as criptomoedas em questão pertenciam a pool LuBian, também ligada a Zhi. Somado a isso, a matéria destaca que essas moedas foram roubadas em 2020 devido a um erro na geração de chave-privada.

Devido às evidências, e a falta de explicação nos documentos oficiais sobre como essas moedas foram parar na carteira do governo, a teoria é que os EUA foram os responsáveis pelo roubodireta ou indiretamente.

Quem também concorda com essa hipótese é a China.

Uma análise publicada no último domingo (9) pelo CVERC sugere que o governo americano é o hacker que moveu essas moedas em 2020.

“O centro chamou o caso de um exemplo típico de “ladrões que roubam ladrões”, orquestrado por uma organização de hackers a nível estatal”, escreveu o Global Times.

O relatório do CVERC reconstruiu uma linha do tempo desde o hack até a apreensão. Como exemplo, cita que as moedas ficaram paradas por quatro anos após o roubo, algo incondizente com a postura de um ladrão.

“O estranho é que esses bitcoins permaneceram parados por quase 4 anos nos endereços controlados pelo atacante depois do roubo, quase sem qualquer movimentação, o que não condiz com o comportamento típico de hackers que geralmente buscam lucro rápido”, escreveu o CVERC.

“Isso faz o caso parecer uma operação precisa conduzida por uma “organização hacker de nível estatal”.”

“Evidências indicam que os bitcoins que o governo dos EUA confiscou são exatamente os mesmos que foram roubados em 2020 da pool de mineração LuBian através de técnicas de hacking”, continua o texto.

“Ou seja, o governo dos EUA pode ter sido o próprio responsável pela operação de hacking que roubou os 127 mil BTC de Chen Zhi em 2020, caracterizando um caso de “ladrões que roubam ladrões” operado por hackers estatais.”

O texto aponta justamente a vulnerabilidade ‘Milk Sad’ como motivo do roubo.

Outro destaque é que a pool LuBian enviou mais de 1.500 mensagens para os endereços do atacante entre o início de 2021 e julho de 2022, gastando mais de 1,4 bitcoins para pedir pela devolução dos fundos.

Ou seja, caso fosse um hacker white hat, é possível que ele tivesse aceitado uma recompensa limpa (ou usado os fundos sujos).

Somado a isso, ninguém sabia que a LuBian era usada para lavar dinheiro. No entanto, suas operações de mineração no Irã, um dos maiores inimigos dos EUA, pode ter chamado a atenção das agências de inteligência americanas.

Responsável pelo código com vulnerabilidade trabalhava em agência patrocinada pelo governo americano

A divulgação da vulnerabilidade Milk Sad é um trabalho muito completo e bem feito pelos pesquisadores. Isso ajuda a entender o problema, evitar erros futuros e encontrar mais detalhes sobre o caso.

Um dos destaques é a linha do tempo sobre a Libbitcoin, biblioteca onde a vulnerabilidade estava presente.

Chama atenção os eventos de 16/10/2014, quando a documentação do comando ‘bx seed’ foi publicada, e 19/01/2015, quando o método de geração falho de chaves foi incluído no livro ‘Mastering Bitcoin’, considerado uma espécie de bíblia do Bitcoin.

Linha do tempo sobre a Libbitcoin. Fonte: milksad.info.
Linha do tempo sobre a Libbitcoin. Fonte: milksad.info.
Método de geração de carteiras era citado em famoso livro sobre Bitcoin de Andreas Antonopoulos como sendo seguro. Fonte: milksad.info.
Método de geração de carteiras era citado em famoso livro sobre Bitcoin de Andreas Antonopoulos como sendo seguro. Fonte: milksad.info.

Isso porque uma pesquisa sobre os contribuintes da biblioteca mostra que o desenvolvedor que realizou esses commits havia participado, entre 2004 e 2006, do OVAL Board (Open Vulnerability Assessment Language), um conselho consultivo operado pela MITRE e patrocinado pela Divisão de Segurança Cibernética do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS).

Desenvolvedor da Libbitcoin teve passagens pelo governo americano. Fonte: LinkedIn.
Desenvolvedor da Libbitcoin teve passagens pelo governo americano. Fonte: LinkedIn.

Em resposta aos pesquisadores da vulnerabilidade, os desenvolvedores da Libbitcoin “contestaram prontamente a relevância de nossas descobertas e a atribuição do CVE”.

Apesar da coincidência, é muito improvável que vulnerabilidade tenha sido publicada intencionalmente. No entanto, o currículo do desenvolvedor em questão confirma que ele teria habilidades para encontrá-la.

Portanto, uma hipótese é que ela foi descoberta internamente e repassada diretamente ao governo americano que, após investigações, descobriu que a quantia pertencia a um criminoso.

Quase um mês após o confisco dos 127 mil bitcoins, hoje avaliados em US$ 13,2 bilhões, os EUA não explicaram como colocaram as mãos nessa fortuna.

O relatório completo do governo chinês pode ser encontrado no Weixin.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.
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