Clientes da Indeal defendem empresa

Grupo de investidores procurou site de notícias para dizer que não possuem reclamações contra empresa investigada pela PF.

Após uma investigação da Polícia Federal, os negócios da Indeal deixaram de ser operados em todo o Brasil. A investigação resultou na prisão de envolvidos no esquema, bem como o bloqueio de bens e aplicações em nome da empresa. Mas, parece que a operação policial desagradou aos clientes da Indeal.

No final de maio de 2019 a Polícia Federal cumpriu dez mandados de prisão relacionados a empresa investigada. A operação foi batizada de Egypto em uma relação dos negócios da empresa com esquemas conhecidos como pirâmide financeira. Desde que os empresários por trás da Indeal foram presos, os negócios da empresa deixaram de operar.

Clientes estão insatisfeitos com “desinformação” sobre caso da Indeal

Cidadãos insatisfeitos com suas perdas no negócio da Indeal alegam que a falta de informação sobre o caso está gerando revolta. Pelo menos esse parece ser o sentimento descrito por parte dos clientes da Indeal que procuraram um site de notícias gaúcho para expressarem o seu descontentamento.

Mas parece que os investidores não estão preocupados com a possível ilegalidade das operações da Indeal, mas sim com a justiça e a Operação Egypto. De acordo com a reportagem, a “desinformação” sobre o caso seria a verdadeira responsável pelo bloqueio das atividades da empresa. 

Investidores fazem parte dos dez maiores redutos da empresa

O grupo de investidores pertence a Santa Cruz do Sul – RS. A pequena cidade gaúcha está entre as dez maiores com mais investimentos aplicados na Indeal. Segundo investigações mais de 26 mil pessoas faziam parte dos negócios da empresa que foi fechada no final de há quase dois meses atrás.

Em Santa Cruz do Sul – RS a Indeal conseguiu arrecadar mais de R$ 17, 5 milhões. O montante faz com que a cidade fique em oitavo lugar entre as dez maiores cidades com investimentos da Indeal. Na cidade, 1.164 pessoas investiram na Indeal e seguem sem informações sobre o valor que aplicaram na empresa.

Os investidores apresentaram duas justificativas diante do que seria provas de que as atividades da Indeal não são ilegais. Esses argumentos deveriam ser utilizados para inocentar a empresa, segundo investidores que esperam por respostas sobre o caso.

“Entre os clientes da Indeal não havia insatisfação quanto as operações de compra e venda de moedas digitais”.

Negociações com criptomoedas não configura crime para a Indeal?

Algumas empresas apontaram recentemente que a falta de legislação específica para criptomoedas impediria a tipificação de crimes no setor. De acordo com a justificativa apresentada pelos investidores da Indeal, este seria um dos motivos que impediria a empresa de ser julgada e condenada pela Operação Egypto.

“Uma vez que a negociação era feita com criptomoedas, não poderia existir crime, pelo simples fato de as atividades não ser regulamentada (sic)”.

O argumento de que a falta de legislação específica para criptomoedas não pode ser levado a sério. Pelo menos não é assim que a justiça trata os últimos casos em que ações relacionadas as criptomoedas foram julgadas. Na maioria dos casos a relação de compra e venda é enquadrada no direito do consumidor, e até mesmo prestação de serviços.

Desse modo, a falta de uma legislação para criptomoedas no Brasil não impede que a justiça condene casos do tipo. Para isso existem códigos e leis que servem de amparo em vários casos envolvendo criptomoedas e golpes no mercado.

Empresa tentou provar que tinha liquidez antes de operação

A reportagem do GAZ apresenta duas justificativas voltadas para o que seriam os negócios da Indeal. Um grupo de clientes da empresa procurou o site de notícias e apresentou o que seriam, para eles, motivos de prova da inocência da empresa investigada pela Polícia Federal.

O primeiro motivo apresentado por este grupo de clientes seria a falta de legislação para as criptomoedas. Com centenas de processos julgados em todo o país relacionado as criptomoedas, esse argumento seria de difícil sustentação. Além disso, o grupo de investidores acredita que a Indeal não pode ser acusada de pirâmide financeira.

No artigo publicado neste sábado (13), o site gaúcho de notícia fala sobre um processo de atividades da Indeal antes das atividades da empresa serem encerradas pelas autoridades. No texto, os investidores disseram que a Indeal conseguiu arcar com pagamentos sem a entrada de novos clientes.

“A Indeal fechou a admissão de novos compradores, durante o período de um mês, aproximadamente. Nesse tempo teriam sido realizados vários resgates de valores, por meio da venda de moedas por parte dos clientes, todos indenizados pela Indeal. Esta ação comprova que o suposto esquema de pirâmide financeira não existiria”.

Para os investidores, essa seria uma prova de que a empresa não pode ser considerada uma pirâmide financeira. Com a prova de liquidez mensal, a Indeal estaria livre do título de empresa fraudulenta segundo os investidores da empresa que segue sem atividades desde que a Operação Egypto foi deflagrada em Novo Hamburgo – RS no dia 21 de maio de 2019.

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Paulo Carvalho
Paulo Carvalho
Jornalista em trânsito, escritor por acidente e apaixonado por criptomoedas. Entusiasta do mercado, ouviu falar em Bitcoin em 2013, mas era que nem caviar, "nunca vi, nem comi, só ouço falar".

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