O Departamento de Justiça dos Estados Unidos prendeu três homens que estavam associados a um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas que arrecadou US $ 722 milhões (R$ 2.9 bi).
O esquema, que começou a enganar vítimas em 2014 é conhecido como BitClub, de acordo com a Bloomberg, o golpe atraia investidores com a famosa promessa de rendimento garantido e lucros estratosféricos através de mineração de criptomoedas, esquema similar a MinerWorld, que fez vítimas no Brasil.
De acordo com um comunicado da Justiça Americana, 3 homens foram presos e estão sendo acusados de crimes de conspiração, fraudes eletrônicas e venda valores mobiliários sem autorização. Os acusados são: Jobadiah Sinclair Weeks, Joseph Frank Abel e Matthew Brent Goettsche.
De acordo com os promotores, entre 2014 e 2019 os três acusados lideraram as operações da BitClub, solicitando dinheiro de investidores em troca de ações nas supostas fábricas de mineração de criptomoedas. Os investidores também eram recompensados para recrutar novas pessoas com a estratégia de marketing multinível.
Bitclub oferecia rendimento de 300% e operava no Brasil
Em seu site (que ainda está no ar), a Bitclub diz ser uma empresa de “mineração inteligente” que ajuda pessoas que não entendem sobre criptomoedas a lucrar com a mineração.
O engraçado aqui curioso é que a Bitclub prometia mineração da Ripple, uma criptomoeda centralizada que não tem processo de mineração de terceiros. Isso pode ser um sinal que as vítimas da empresa eram pessoas com conhecimento nulo sobre criptomoedas.
A empresa oferecia planos de US $ 500, US $ 1.000 e US $ 2.000. Os clientes também podiam aderir a vários pacotes de uma vez. Os contratos tinham duração de 1.000 dias e a promessa era de retorno de 300% ao final do contrato.
Em um plano de apresentação, que pode ser visto abaixo, a Bitclub diz ser uma empresa com escritório no Brasil, e representantes em Hong Kong, Inglaterra, Alemanha, Espanha e em “vários outros países”, informação comum em esquemas de ponzi.
De acordo com o UOL, os “consultores” de investimento da empresa agiam principalmente no Rio Grande do Sul e na Grande São Paulo. A Bitclub já havia aparecido em um lista de golpes do portal.
Líder da pirâmide chama vítimas de “burros”
Matthew Brent Goettsche, um dos líderes por trás do esquema chamou os investidores de “burros” e “ovelhas”, afirmando que estavam “construindo todo esse esquema nas costas de idiotas”, segundo o comunicado da justiça.
Em setembro de 2017, o então líder da BitClub enviou um e-mail a um outro líder no qual ele sugeriu que a BitClub iria torna-los “ricos pra c***lho”.