Alta do Bitcoin reflete tensão com Coronavírus

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A narrativa do Bitcoin ter uma alta no seu preço devido às tensões geopolíticas ganhou mais um elemento: coronavírus. Este, que é um vírus mortal, tem se espalhado pelo mundo com velocidade, com dados alarmantes.

A OMS, Organização Mundial de Saúde, equivocadamente afirmou que o vírus não era grave. Na última segunda (27), retrocedeu afirmando que o risco de contágio global é elevado.

Este novo cenário certamente abalou as bolsas de investimentos pelo mundo, que reagiram com receios. Já o Bitcoin, por outro lado, valorizou mais que 5% em 24 horas. Dessa forma, há quem acredite que o ativo digital reagiu ao noticiário de saúde internacional.

Alta em preço do Bitcoin pode ter relação com Coronavírus

Ainda que um grave problema para a população mundial, o caso do coronavírus vai muito além da saúde. Isso porque, em uma eventual crise deste vírus, as pessoas precisariam de um ativo seguro para continuar a realizar suas transações cotidianas.

Neste ponto, em que ainda não se conhece as formas de infecção do coronavírus, até pegar em papel-moeda físico poderia ser perigoso. Uma pessoa infectada pelo vírus mortal pode ficar até 14 dias com este incubado, sem demonstrar grandes sintomas. Ou seja, uma espécie de dinheiro virtual pode ser até mais segura neste momento atual.

Além disso, para Joanna Ossinger, o Bitcoin é um ativo que tem se destacado com o impacto do coronavírus, principalmente com a alta nos preços. A escritora da Bloomberg afirmou que a moeda virtual tem reagido bem às questões geopolíticas no mundo, principalmente em 2020.

Outro analista da Bloomberg, Brandon Kochkodin, afirmou que o Bitcoin tem se valorizado junto ao ouro. Atuando como reserva de valor, o Bitcoin se valorizou mais que 5% nas últimas 24 horas. O Ouro teve ganhos superiores a 1% no mesmo período, ou seja, os ativos poderiam ter uma relação.

De fato, o analista afirmou que a correlação entre os ativos, apesar de baixa, é positiva. Este cenário indicaria que o Bitcoin e Ouro tem visto o preço se mover na mesma direção.

Criptoanalista afirma que não há relação entre o BTC e Coronavírus

Para o economista e criptoanalista Alex Krüger, o Bitcoin tem sim se movido ao ser confrontado com questões geopolíticas. Ou seja, o preço do Bitcoin sobe ou desce, dependendo da necessidade das pessoas em utilizar este como refúgio.

De acordo com Alex, o recente caso do Irã foi a principal mostra desse poder da moeda digital. Quando os EUA mataram o principal general do Irã com um drone, a moeda teve uma super valorização.

Contudo, em relação ao Coronavírus, Alex acredita que não houve uma influência no preço da moeda digital, mesmo com os recentes ganhos. O analista afirmou até que o Bitcoin pode ser um ativo que reage a fatores geopolíticos, mas não a todos.

O que explica este cenário, para Alex, é que o Bitcoin não reagiu rapidamente aos acontecimentos na China. Quando as ações das empresas do país registraram queda, nos primeiros dias do Coronavírus, o Bitcoin não teria se valorizado. Mesmo assim, após alguns dias a criptomoeda teve bons ganhos, o que poderia indicar que a alta do Bitcoin é seletiva.

$BTC movimentou-se sem dúvida nos eventos do Irã. 7 de janeiro foi um divisor de águas. Isso não significava que deveríamos esperar que o $BTC movesse cada vez que as ações cresçam ou diminuam, mas que estivéssemos atentos para selecionar eventos geopolíticos.

Em resumo, o preço do Bitcoin teve um grande ganho nas últimas horas, com a cotação próxima da resistência em U$ 9 mil (cerca de R$ 38 mil). O preço do BTC aumentou com o crescimento da transmissão e perigo do coronavírus, logo pode ter uma relação.

O dólar também se valorizou com os eventos, ou seja, as moedas têm sido mais procuradas neste momento de pânico nas bolsas de valores. Na última segunda (27), a Ibovespa (IBOV) perdeu mais que 3% na seção.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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