A regulamentação das criptomoedas ganha em 2020 novos capítulos, com pressão internacional sobre o assunto. E de acordo com um ex-gerente da Visa, a regulamentação é bom para que o Bitcoin se torne mais conhecido.
No Brasil, por exemplo, o Bitcoin segue sendo uma moeda sem regulamentação. É esperado que o Banco Central do Brasil assuma o posto de fiscalizador da moeda. Mesmo assim, o Senado subiu o tom do debate, com a Senadora Soraya Thronicke (PSL/MS) apresentando um projeto de lei para regulamentar as criptomoedas.
Com a regulamentação, os países esperam que golpes e indefinições saiam desse setor. Apesar disso, alguns fãs do Bitcoin ainda acreditam que não ajudaria em nada esse processo.
Atual CEO da Crypterium, ex-gerente da Visa acredita que a regulamentação do Bitcoin é algo bom para o futuro da moeda
A regulamentação é uma ação que parte do estado, visando criar leis para um determinado assunto. No Brasil, e em vários países, o Bitcoin é uma moeda digital que ainda não possuí tais determinações. Criado por Satoshi Nakamoto em 2009, o Bitcoin é uma tecnologia de pagamentos.
Ao funcionar pela internet sem uma entidade centralizada, a moeda se difere de divisas fiduciárias. Dessa forma, muitos países ainda não entendem como criar regras claras para dar segurança sobre a moeda.
Em conversa com a Forbes, o atual da CEO da Crypterium, Steven Parker, comentou o assunto. Ex-gerente da Visa, Parker saiu da gigante empresa para comandar os projetos de uma criptomoeda.
Apesar de fazer parte do criptomercado hoje, que normalmente vê com ceticismo a regulamentação, Parker tem outra opinião. Para ele, a regulamentação daria força para empresas ligadas às criptomoedas encontrar parceiros. Para ele, por exemplo, A Visa e os bancos ficariam mais felizes de trabalhar com empresas legalizadas.
Segundo ele, o criptomercado precisa entender que esse assunto é importante. Dessa forma, a tão sonhada adoção em massa das criptomoedas poderia até caminhar mais rápido, apontou.
Criptomoedas não devem substituir Visa e Mastercard, mas podem se beneficiar dos trilhos já criados
O Bitcoin é uma moeda digital com propósito de facilitar acesso financeiro global. Com potencial de eliminar intermediários de transações, até empresas como a Visa e Mastercard poderiam estar ameaçadas.
Contudo, Steven Parker não acredita que as criptomoedas consigam substituir as empresas como Mastercard e Visa ainda. Como intermediários de transações, as criptomoedas, seriam na teoria, um concorrente. Para Parker, as redes mundiais que essas empresas já criaram tornam difícil essa substituição, pelo menos no curto prazo.
Mesmo assim, as criptomoedas podem usar os trilhos que essas empresas já criaram. Para ele, uma forma de obter uma adoção rápida pode ser a integração com essas grandes empresas.
A Crypterium, por exemplo, é uma das soluções de criptomoedas que buscam se unir ao mercado tradicional. Usando a experiência e contatos de Parker, a empresa tem criado cartões de criptomoedas para várias empresas. O CEO disse para a Forbes que após o lançamento dos cartões de criptomoedas, alguns negócios tiveram o faturamento três vezes maior.
A Mastercard anunciou nessa semana que poderá testar as moedas digitais de bancos centrais. Dessa forma, a empresa poderia já estar se posicionando para a nova realidade, mas optando pelas moedas centralizadas. Ao que parece, a sorte está lançada e o tema estará em alta nos próximos anos pelo mundo.