Um brasileiro, estudante de medicina na Argentina, que investiu na Atlas Quantum, teve o pedido negado pela justiça. O homem alega ter investido mais de R$ 500 mil no negócio e não consegue sacar.
O caso é apenas mais um que ronda o mistério da Atlas, uma fintech com sede em São Paulo. Ao surgir no mercado de criptomoedas brasileiro nos últimos anos, eram prometidos rendimentos de Bitcoin para investidores.
Ao captar investimentos sem autorização, não demorou para que o negócio chamasse atenção das autoridades. Em 2019 enfim a CVM autuou a empresa, emitindo um stop order.
Desde então clientes correm para sacar seus investimentos, muito sem sucesso. Na justiça brasileira, inúmeros casos chegam todos os dias contra a Atlas.
Brasileiro estudante de medicina pede R$ 500 mil investidos na Atlas Quantum na justiça
O Bitcoin é uma moeda fundada com um lema simples: sua chave, sua moeda. Desse modo, fica claro que quem detém a chave privada de um endereço é o legítimo dono de uma moeda.
Contudo, empresas surgem no mercado oferendo rendimentos fixos e acima da média. Uma delas foi a Atlas Quantum, que recentemente foi chamada de pirâmide financeira por um juiz.
Mas um novo caso que chegou aos tribunais paulistas é de um estudante de medicina. O homem que é também profissional de PNL e professor de inglês, mora atualmente Buenos Aires, capital da Argentina.
No processo que moveu contra a Atlas, ele pede R$ 557.484,00 de volta. O valor teria sido investido na empresa, mas ele não consegue sacar suas moedas.
Com essa indisponibilidade que de fato é comum na empresa, ele pede na justiça seu investimento de volta. O valor, de acordo com o preço do Bitcoin hoje, daria mais de 9 BTCs.
Justiça negou pedido de gratuidade no processo
O estudante de medicina que processa a Atlas Quantum solicitou o benefício de justiça gratuita. Em casos assim, o juiz costuma pedir os extratos bancários e comprovantes de bens.
Ao comprovar seu histórico, tendo inclusive a compra de terras recente, a justiça negou o pedido. Para prosseguir com seu processo ele deverá então recolher as custas processuais.
“Ademais, as provas dos autos não permitem concluir pela necessidade do benefício. Note-se que o autor apelante se qualifica na inicial como “investidor”, afirmando ser profissional de programação neurolinguística (PNL) e professor de inglês, além de estar cursando medicina em Buenos Aires/Argentina, narrativa da qual já se constatam fortes indícios de, no mínimo, uma boa condição financeira”, decidiu o juiz
A própria condição de investir em Bitcoin já afasta o benefício em outros casos semelhantes na justiça. Quem investe em bitcoin até tem direito a justiça gratuita, mas deve comprovar via documentos sua elegibilidade.
O caso é apenas mais um que chega na justiça contra a Atlas Quantum, acusada por vários clientes no judiciário hoje de sumir com o dinheiro deles.