Um relatório divulgado nesta semana pelos estrategistas do JP Morgan afirma que um ETF Bitcoin, apesar de ser benéfico no longo prazo, pode prejudicar a moeda digital no curto prazo. O resultado pode ser negativo para o preço da criptomoeda, disseram os analistas.
Segundo o relatório, uma aprovação de um ETF do Bitcoin irá disputar mercado com o maior fundo de criptomoedas do mundo, o Bitcoin Trust (GBTC) da Grayscale.
Para os analistas do JP Morgan, questões regulatórias impedem que instituições financeiras possam comprar Bitcoin diretamente.
Sendo assim, a única opção é investir em Bitcoin comprando ações do GBTC no mercado secundário. Um ETF do Bitcoin pode reduzir a atratividade das ações do GBTC.
Assim haveria uma competição que apesar de ser benéfica no longo prazo, impactaria negativamente o preço da criptomoeda no curto prazo.
De acordo com os analistas, os investidores provavelmente vão preferir investir no ETF e deixarão de lado as ações do GBTC.
Vale destacar que os investidores têm comprado o GBTC principalmente devido o valor líquido do ativo, com foco em vender após a expiração do período obrigatório de bloqueio de seis meses.
Uma “competição” com um ETF, segundo os analistas do JP Morgan, pode ocasionar uma desvalorização no preço do Bitcoin.
Coincidência ou não, essa possibilidade levantada pelo JP Morgan se assemelha ao lançamento de contratos futuros do Bitcoin em dezembro de 2017 que também coincidiu com o preço da criptomoeda atingindo um valor recorde na época, chegando a US $ 20.000.
Em dezembro de 2017 a CME e a CBOE lançaram no mercado os primeiros contratos futuros do Bitcoin, isso possibilitou que fosse possível que investidores institucionais pudessem vender o ativo, contudo, cerca de dois meses depois, o preço do Bitcoin chegou a desvalorizar 84%, caindo para US$ 3.200.
O que é um ETF?
Um ETF é um fundo que pode ser negociado em bolsa como uma ação. Com os ETFs é possível investir comprando e vendendo uma cesta de ativos sem ter que comprar todos os componentes individualmente.
Para entendermos como um ETF funciona, vejamos o seguinte exemplo: O responsável pelo fundo possui os ativos subjacentes, sendo assim ele projeta um fundo para acompanhar seu desempenho e, com isso ele vende as ações desse fundo aos investidores.
Os acionistas por sua vez passam a ser donos de uma parte de um ETF, mas na verdade não possuem os ativos subjacentes do fundo. Contudo, ainda assim, esses investidores recebem pagamentos de dividendos fixos, ou reinvestimentos, pelas ações que compõem o ETF.