Um homem revirou a “dark web” em busca de alguém disposto a mutilar sua ex-namorada, a mulher desconhecia completamente o que seu “ex–companheiro” estava organizando pelas suas costas. Felizmente, a policia identificou o criminoso e o prendeu antes que a vítima sofresse qualquer atentado.
De acordo com um comunicado emitido pelo Serviço Europeu de Polícia (Europol), o homem foi preso depois de pagar cerca de 10 mil euros em Bitcoin, cerca de 66 mil reais, para um assassino da dark web.
O homem tem 40 anos e é um programador de computador.
Inconformado com o fim de um relacionamento que durou dois anos, ele fez um pedido muito especifico na rede: “jogar ácido no rosto da mulher e fazer parecer que foi um roubo mal sucedido.” O homem também pedia que a mulher fosse aleijada e tivesse que usar cadeira de rodas.
A investigação deixa pouco espaço para dúvidas sobre o objetivo do homem: arruinar a vida da mulher que decidiu deixá-lo, obrigando ela a ficar em uma cadeira de rodas e com cicatrizes químicas no rosto.
A policia descobriu por meio de uma análise detalhada de sua vida (real e virtual): “o ciúme obsessivo, o desejo de possuir e punir, e a intenção de destruir.” Um homem altamente perigoso, segundo o juiz do mandato de prisão: “uma personalidade mórbida obcecada pela mulher, que mandava flores e mensagens para sua ex-namorada na tentativa de reconquistá-la, no entanto, planejava desfigurá-la e destruir sua vida”
Polícia rastreia bitcoins e encontra criminoso
A vingança foi planejada por meses, mas as conversas foram interceptadas na dark web – aquela parte da internet que está “escondida” da maioria das pessoas.
Após encontrar um assassino de aluguel, o homem fez o pagamento para o “serviço” ser executado, no entanto, a Europol tomou conhecimento do plano macabro e começou fazer uma “cripto-análise urgente”.
“O assassino, contratado por meio de um site hospedado na rede TOR, recebeu cerca de € 10 000 em bitcoins para matar a ex-namorada do suspeito.”, diz a Europol.
A transação foi identificada pela polícia em um grupo na rede TOR chamado “Assassinos”, e após identificar a transação, as autoridades cumpriram um mandado de prisão preventiva contra o criminoso.
A Europol teria realizado uma análise das transações envolvidas para rastrear os bitcoins e identificar de onde o homem enviou as moedas. Após descobrir qual corretora ele usava, as autoridades conseguiram obter dados para encontrar sua localização.
A polícia italiana foi até a corretora de criptomoedas em que os bitcoins do suspeito foram originalmente comprados. A empresa, que não foi identificada, forneceu mais informações necessárias à polícia.
Dark Web Monitor
A Europol, bem como várias autoridades, usam uma série de ferramentas para monitorar e rastrear transações de criptomoedas suspeitas de estarem ligadas a atividades criminosas.
A Interpol, por exemplo, está envolvida no desenvolvimento da ferramenta GraphSense, que analisa blockchain e faz uma indexação de endereços e transferências.
A organização está desenvolvendo uma ferramenta apelidada de “Darkweb Monitor”, que coleta informações sobre criptomoedas na darkweb para fins de aplicação da lei.
O uso de sites da dark web para contratar serviços de assassinos de aluguel não é novidade, mas as prisões são poucas e raras. Mas neste caso, a investigação evitou que qualquer dano fosse perpetrado contra a vítima potencial.