Polícia prende sequestradores que exigiam Bitcoin como resgate

O delegado divisionário da Antissequestro de São Paulo, Ronaldo Sayeg, contou a Livecoins que os suspeitos já vinham sendo investigados por um sequestro ocorrido em dezembro de 2019 em São Paulo.

As polícias civis dos Estados de São Paulo e Pernambuco prenderam ontem (27) oito suspeitos de sequestro, que exigiam Bitcoin como pagamento de resgate das vítimas. As prisões ocorreram por meio da operação “Dirty Money”. Com os suspeitos foram encontrados carros de luxo como uma BWM. Não foi divulgado, porém, se houve apreensão de carteiras de Bitcoins.

A maior parte dos suspeitos foi presa em Pernambuco. Apenas três delas foram efetuadas pela Polícia Civil de São Paulo. Além das cinco prisões efetuadas em Recife e nas cidades de Belo Jardim, Sanharó, São Bento do Una, a polícia civil de Pernambuco cumpriu treze mandados de busca e apreensão. 

Foram, então, apreendidos uma BWM e uma Range Rover, além de drogas como LSD, notebooks, diversos chips de celular, cartões e uma maquininha de pagamento. No entanto, não foi divulgado se foi encontrado com eles alguma carteira de criptomoedas e quanto a organização recebeu em Bitcoin pelo resgate.

O delegado titular do Grupo de Operações Especiais (GOE) de Pernambuco, Paulo Berenguer, contou que a operação foi deflagrada após o sequestro de um empresário (que não teve o nome revelado), ocorrido no último mês no bairro de Boa Viagem, em Recife.  

O empresário, segundo o delegado, estaria chegando no seu trabalho, quando foi abordado na garagem por três homens armados, “que conseguiram arrebatar a vítima e colocá-la no veículo, um Eco Sport”.

 Os homens, então, teriam levado a vítima para um cativeiro localizado no no condomínio de flats Golden Shopping, na capital pernambucana. De acordo com Berenguer, a vítima teria sido torturada e passado três horas no cativeiro, até quando decidiu pagar o resgate em Bitcoins. 

Profissionais do crime 

O delegado responsável pela operação em Pernambuco decidiu não falar sobre o valor pago em criptomoedas “para não estimular a prática do crime”. Ele afirmou que “essa modalidade de sequestro é novidade em que o pagamento de resgate se deu em criptomoedas” e descreveu o suspeito de ser o líder da quadrilha como uma pessoa com bom conhecimento técnico.  

“O líder é extremamente habilidoso, investidor financeiro com forte conhecimento em informática, ex-bancário da Caixa Econômica Federal. Uma pessoa que tem bom conhecimento em investimentos financeiros”.

Havia uma divisão de tarefas dentro do grupo. O delegado de Pernambuco afirmou que entre os cinco presos em Pernambuco, havia duas mulheres que estariam encarregadas do pagamento dos aluguéis dos veículos utilizados no sequestro e no aluguel dos apartamentos que seriam utilizados como base para a organização criminosa e como cativeiro. 

Investigações em andamento

O delegado divisionário da Antissequestro de São Paulo, Ronaldo Sayeg, contou a Livecoins que os suspeitos já vinham sendo investigados por um sequestro ocorrido em dezembro de 2019 em São Paulo. No entanto, essa operação foi desencadeada após um outro sequestro semelhante ocorrido em março deste ano. 

Coletiva de imprensa Polícia Civil
Coletiva de imprensa Polícia Civil

“As prisões que fizemos ontem se referem a um caso ocorrido em Pernambuco. Eram os mesmos investigados. Nós já estávamos trocando informações com a delegacia especializada em Pernambuco”.

Nenhum dos delegados divulgou os nomes dos suspeitos, sendo que a investigação ainda deve continuar. Apesar de o delegado Berenguer afirmar que a quadrilha foi desmantelada em Pernambuco, há ainda o risco de haver outros integrantes soltos em São Paulo.

Sayeg, em contrapartida, mencionou que a inteligência da quadrilha estava em Pernambuco e que os presos em São Paulo eram apenas os “responsáveis pelo arrebatamento pela custódia do cativeiro”. 

“Os sequestradores que operam na Blockchain e que trabalham com Bitcoin são exatamente os de Pernambuco. Quando os ativos eram transformados em Reais é que os suspeitos daqui de São Paulo recebiam a parte deles”.

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Alexandre Antunes
Alexandre Antunes
Advogado e jornalista. Mestre em Direito Constitucional pelo PPGDC UFF. Pesquisador e professor visitante do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Direito Administrativo Contemporâneo (GDAC).

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