Atila Iamarino sobre Bitcoin: “Ou muda a prova de trabalho ou pode ser superado pelo Ethereum”

Bitcoin gasta energia, e o Youtube?

O youtuber e biólogo, Átila Iamarino, publicou em seu canal do Youtube na tarde de sábado (03) um vídeo explicando o que é o Bitcoin. Em quase 22 minutos ele explica desde a origem do dinheiro até os fundamentos da moeda digital – ele também se arrisca em alguns assuntos mais técnicos, o que acabou gerando críticas na comunidade do Bitcoin.

O vídeo educativo tem algumas informações equivocadas, como o fato de ele afirmar que se um usuário perder a senha ele perde os bitcoins, quando na verdade existe uma frase de recuperação conhecida como seed para esse tipo de caso.

Ele opina sobre o futuro do Bitcoin e diz que a moeda digital pode ser superada por alguma criptomoeda que consome menos energia, o biólogo cita Ethereum como o potencial ativo que pode superar o Bitcoin e “liderar as finanças virtuais”.

“Se o dinheiro, o papel moeda, começou lastreado em ouro, ou foi bastante lastreado em ouro, o Bitcoin é lastreado em computação, o que no fim é energia elétrica. Ou se muda essa prova de trabalho – quanta energia se gasta pra isso – ou vai ser uma outra criptomoeda que vai liderar essas finanças virtuais.”

A afirmação do youtuber tem a ver com o modelo da prova de consenso do Bitcoin, que usa poder de computação no processo de mineração. A moeda digital é amplamente criticada por ativistas do meio ambiente devido a seu consumo de energia.

Apesar disso, estudos recentes revelam que mais da metade dos mineradores de Bitcoin utilizam energia verde no processo de mineração e, portanto, é uma critica já respondida.

O Ethereum também tem uma utilidade diferente do Bitcoin – enquanto um é uma plataforma descentralizada, o outro é uma moeda descentralizada, então cada um tem valor por suas respectivas utilidades.

Bitcoin gasta energia, e o Youtube?

É interessante notar que no vídeo também é citado quanta energia o Bitcoin gasta, mas como na maioria dos casos de outros críticos, não há informações sobre quanto de energia outras coisas no mundo gastam, mostrando que o Bitcoin é um alvo fácil – provavelmente por estar em alta.

O relatório publicado pela BP concluiu que 56% do consumo de energia do bitcoin globalmente é sustentável. A este respeito, o fundador da MicroStrategy, Michael Saylor, disse: “Bitcoin é a indústria mais amigável ao meio ambiente do mundo”.

De modo geral isso significa que o Bitcoin é mais verde que qualquer país ou empresa, de acordo com a pesquisa da BP, que avaliou dados globais de consumo de energia do Bitcoin.

Para efeito de comparação, é estimado que 7 bilhões de visualizações no YouTube do vídeo da música “Despacito”, consumiu 900 gigawatt-hora (GWh) de eletricidade.

Nesse ritmo, o YouTube – com mais de 1 bilhão de horas de exibição por dia – consumiria mais de 600 TWh por ano (2,5% do uso de eletricidade global), o que seria mais do que a eletricidade usada globalmente por todos os data centers do mundo (~ 200 TWh) e redes de transmissão de dados (~ 250 TWh).

Enquanto isso o Bitcoin gasta ~180 TWh, dos quais cerca de 56% são com energia verde.

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