2021 tornou-se um ano de compra de ouro por Bancos Centrais ao redor do mundo, porém, desta vez, o movimento não é liderado por Rússia e China.
Um grupo mais diversificado intensificou o aumento de reservas, especialmente nos meses de abril e maio, incluindo o Brasil.
No entanto, nem todos os países estão sendo “transparentes”, e isso incomodou um site especializado no setor.
Tailândia e Hungria surpreendem
Dados recentes mostram que o Banco Central da Hungria comprou 63 toneladas de ouro no primeiro semestre, atingindo um total de 91,4.
A entidade justifica “a importância do ouro na estratégia nacional por ele ser um ativo ‘porto seguro’ e uma reserva de valor”, e acrescenta a necessidade de “controle novos riscos causados pela pandemia do coronavírus.”
Em 2018, a Hungria repatriou suas barras de ouro de Londres utilizando escolta fortemente armada, e tudo indica a operação deve se repetir nos próximos meses.
De maneira similar, o Banco Central da Tailândia adicionou 90 toneladas de ouro às suas reservas no mesmo período. Ao contrário da Hungria, a Tailândia não revelou informações adicionais sobre sua aquisição.
Reservas de ouro do Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil (BCB) adicionou 53,5 toneladas de ouro às reservas nacionais no primeiro semestre.
Com isso, as reservas de ouro do Brasil atingem 121 toneladas, colocando o Brasil como 32º na lista dos países que possuem mais reservas de ouro.
Foi a primeira vez desde 2012 que o BCB comprou ouro, e esta foi sua maior adição de reservas desde 2000.
Sem transparência sobre as reservas
Conforme destacado pelo site Bullionstar, que cobre o segmento de metais preciosos, o BCB não divulgou algumas informações cruciais que seriam do interesse de todos: onde essas reservas são mantidas armazenadas? É ouro físico? De que país ou região o ouro foi comprado?
Segundo o site estrangeiro, o BCB se recusou a responder suas dúvidas, se apoiando na lei de Sigilo Bancário de 2001.
No entanto, existem informações sobre a localização e formato (físico ou direitos) das reservas publicadas pelo próprio BCB em 2002 e 2010.
Portanto, faz sentido o questionamento do site gringo: qual a razão desta mudança na forma de divulgar os dados?
Reservas não são “lastro” do Real
Ao contrário do imaginário popular, a moeda brasileira não possui “lastro”. Se o país possui participações em empresas, terras, receitas de impostos, ouro, ou títulos do tesouro norte-americano, isso não dá direito algum ao detentor da moeda Real.
De qualquer forma, o governo deve satisfação à população, já que este suposto ouro foi comprado com recursos públicos.