Pedreiro descobre ser dono de suposta pirâmide financeira

Homem de 47 anos vive em situação humilhante após ser vinculado a empresa investigada pelas autoridades.

Um pedreiro de Tubarão, cidade de Santa Catarina, descobriu ser o dono de uma pirâmide financeira e agora vive sob terror.

Apesar da profissão de construtor, não foi ele quem ergueu a pirâmide que teria atuado no Brasil por três anos sob o nome de WorkScore. Segundo uma reportagem do Domingo Espetacular, Robson Bauer, de 47 anos, pode ter sido mais uma vítima do esquema.

A empresa chegou captar R$ 90 milhões de investidores com a promessa de rendimentos fixos no mercado. Um ex cliente deu um depoimento afirmando que os líderes davam indícios que era possível obter grandes lucros, que mudariam as vidas das pessoas.

No início de 2021, os rendimentos pararam de ser pagos e os clientes passaram a buscar os culpados.

Pedreiro é enganado, vira “dono de pirâmide financeira” e passa ser alvo de líderes que querem queima de arquivo

Após o fim da WorkScore, os clientes descobriram que o dono do registro da empresa era Robson Bauer, um homem que vive uma vida simples e custa pagar suas contas. Ao Domingo Espetacular, ele contou que essa fraude financeira abalou seu psicológico e ele agora tem até que tomar remédios para conseguir dormir.

Além disso, ele teve que se esconder dos antigos líderes da empresa, que procuram ele para uma “queima de arquivo”, alega o pedreiro.

Há três anos, Robson emprestou seu nome para a criação da empresa, com a promessa de receber 2% das operações rendessem. A prática que não é nada recomendada foi feita pelo pedreiro após conhecer o líder da WorkScore.

O advogado Jorge Calazans foi o responsável pela pesquisa que detectou que Robson não tinha condições de integralizar R$ 90 milhões para ser dono da empresa. Ele nem mesmo aparecia nos eventos como um dos donos do negócio.

Para Calazans, Jorge foi apenas um laranja na abertura do negócio e receberia uma ajuda de custo mínima por mês.

Os negócios dessa empresa se justificavam como marketing digital e dropshipping, que dariam aos investidores um rendimento de 20% ao mês sobre os investimentos. Os clientes poderiam aportar até R$ 200 mil na empresa, que captou pessoas em todo o Brasil, com a ajuda de líderes.

Um cliente que perdeu R$ 25 mil na empresa chegou a pensar em fazer um empréstimo para continuar aportando.

Procurada pelo Domingo Espetacular, a Polícia Civil de Santa Catarina confirmou que investiga a empresa, mas não comentou os detalhes para não atrapalhar a apuração do caso.

Contas de luz e água da antiga sede da empresa estão em nome do pedreiro

Na cidade de Tubarão, a sede da empresa foi abandonada pelos principais líderes. Mesmo assim, as contas de água e luz continuam chegando no nome do pedreiro Robson Bauer.

Alguns recrutadores da WorkScore, inclusive, podem ser antigos líderes da Unick Forex, empresa que aplicou um grande golpe com a imagem do Bitcoin no Brasil todo.

O advogado de dois principais líderes da WorkScore garante que Robson era dono da suposta pirâmide financeira, com 99% do negócio sendo dele. Vários repasses de dinheiro teriam sido encaminhados para ele via transferência bancária.

No entanto, o pedreiro nega que soubesse da fraude, pois confiava na palavra dos “CEOs” e até assinava papéis sem ler.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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