Em 2019, a Polícia Federal deflagrou a Operação Egypto, que teve como alvo a empresa Indeal, que captava investidores com promessas de rendimentos com Bitcoin. Nesta quarta-feira (25), a empresa foi novamente alvo de uma operação, visto que os possíveis golpes perpetuados no mercado continuavam a ser cometidos por integrantes do negócio.
Na ocasião, foram cumpridos mandados contra 25 pessoas, que eram apontadas de criar um esquema que acumulou R$ 700 milhões com dinheiro dos investidores. Com promessas de rendimentos de até 30% ao mês, com operações envolvendo Bitcoin, a pirâmide financeira havia suspendido os saques de clientes.
Desde esse episódio, milhões da Indeal já foram encontrados pela justiça brasileira. Carros de luxo da empresa já foram a leilão, e Bitcoins foram encontrados em uma corretora dos Estados Unidos, com ajuda do FBI.
Em março de 2021, a terceira fase da Operação Egypto, batizada de Fractais, foi cumprida em quatro estados brasileiros. Dessa forma, mais R$ 80 milhões foram congelados, além de veículos e outros bens.
Polícia Federal coloca integrantes da Indeal como alvo na Operação Vita Continuat
Foi deflagrada a “Operação Vita Continuat“, termo em latim que significa “vida que segue”, fazendo referência ao fato dos envolvidos com a Indeal que seguiram usufruindo dos recursos ilícitos obtidos com o golpe de pirâmide financeira aplicado em todo o Brasil.
De acordo com a PF, os agentes cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e mais 12 de busca e apreensão. Os municípios que foram alvos da nova operação são Dois Irmãos, Estância Velha (RS), Florianópolis (SC), São Paulo e Suzano (SP).
“A investigação indica manobras para ocultação de patrimônio por sócios da principal empresa investigada na Operação Egypto, ocorridas após a deflagração da ação (maio/2019). Dados coletados em análises de documentos e mídias apontaram que alguns dos sócios mantiveram negócios com patrimônio em nome de terceiros, bem como buscaram acesso ao capital acumulado antes da primeira fase da Operação Egypto.”
Desses três mandados de prisão preventiva foram cumpridos na capital de São Paulo, além de oito mandados de busca, sendo essa a cidade que mais recebeu alvos da PF nesta quarta.
A sede da Indeal, durante o tempo em que funcionava para captação de clientes, era em Novo Hamburgo (RS), cidade que não foi citada na nova fase da operação. Nesta quarta a PF não divulgou a lista dos bens aprendidos.
Novos suspeitos são parceiros de réus da Operação Egypto
Conforme divulgado pela polícia federal, os alvos são novos suspeitos identificados pela Operação Egypto e teriam envolvimento com integrantes da Indeal, que já são réus na justiça federal.
Todos eles serão investigados agora e todos os seus negócios serão avaliados pela instituição, que verificará a licitude de suas operações.
Os bens apreendidos na nova fase da operação ficarão a disposição da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, que é quem cuida do caso Indeal.
“Os investigados na Operação Vita Continuat poderão responder, de acordo com a participação individual, pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os bens e valores identificados na investigação serão colocados à disposição da Justiça Federal.”