Uma nova ação que chegou a justiça brasileira pede R$ 7 bilhões de pagamento por um golpe que criou um falso robô de bitcoin e prometeu rendimentos a clientes do Brasil. Com sede em São Paulo, a empresa criou um rastro de fraude e seus principais líderes estão foragidos.
Essa é a história da Atlas Quantum, uma fintech que surgiu nos últimos anos com a promessa de revolucionar os rendimentos com bitcoin para seus clientes.
Assim, os investidores eram convidados a enviar bitcoins para a custódia da Atlas.
Em troca, a empresa prometia que várias transações seriam realizadas em corretoras do mercado, em processos de arbitragem. Com os ganhos dessas operações, os clientes recebiam rendimentos.
Todo o processo era supostamente automatizado pela empresa, que afirmava contar com um robô trader de criptomoedas de última geração. Mesmo em um mercado extremamente volátil, a Atlas disse nunca ter dado prejuízo aos clientes durante o seu funcionamento, o que chamou atenção de autoridades.
Após um alerta da CVM, a Atlas Quantum ficou impossibilitada de captar novos clientes e parou de pagar seus investidores, o que chama atenção para um possível esquema de pirâmide financeira.
Clientes da Atlas Quantum pedem R$ 7 bilhões em nova ação pública
Uma nova ação pública movida por clientes da Atlas Quantum pede a restituição de R$ 7 bilhões da empresa, cujos líderes seguem foragidos.
Na ação, que estima um prejuízo de R$ 4 bilhões, são pedidos também o pagamento de 40 salários mínimos para as vítimas, como indenização, além de danos sociais e morais coletivos desde 2019.
A ação tem como responsável o escritório Calazans Vieira Dias Advogados, que protocolou a ação pelo IPGE, instituto de proteção ao empreendedor, segundo informações divulgadas pela Folha de São Paulo.
O principal alvo da ação é o CEO da Atlas Quantum, Rodrigo Marques, que recentemente foi flagrado por clientes em uma casa de luxo em Barcelona, Espanha.
Revoltados, muitos clientes buscam justiça contra o crime financeiro, alguns destes que perderam o dinheiro de toda uma vida.
PF pode estar com inquérito em aberto
Há anos, os clientes da Atlas aguardam uma operação policial contra o esquema, mesmo com seu principal líder foragido para outros países. Mesmo assim, informações recentes indicam haver uma investigação da Polícia Federal em curso.
Contudo, a PF não confirma a existência de um inquérito em aberto sobre o que pode ser um dos maiores golpes com bitcoin do Brasil.
De qualquer forma, a empresa segue proibida pela CVM de captar clientes e seguir operando, com mais uma ação para responder na justiça brasileira.