Caixas Amazon com fundo laranja (Amazon)
O National Center for Public Policy Research vai enviar uma proposta dos acionistas da Amazon para que a gigante do e-commerce avalie a possibilidade de investir parte de seus ativos em Bitcoin.
O documento foi divulgado por Tim Kotzman, pesquisador associado do National Center for Public Policy Research, por meio de seu perfil no X.
De acordo com ele, a proposta será discutida na reunião anual de acionistas da empresa em 2025. Kotzman afirmou que os acionistas pedem ao conselho da Amazon uma análise sobre o potencial de proteção e valorização do Bitcoin como ativo estratégico.
Kotzman também esclareceu que, diferentemente de propostas envolvendo empresas como a Microsoft, que são publicadas pela SEC, a declaração de procuração ainda não foi divulgada oficialmente e só estará disponível em abril de 2025.
Contudo, há esforços em andamento para que o documento seja publicado no site oficial do National Center for Public Policy Research, o que reforça a transparência e a relevância da discussão no contexto corporativo e econômico atual.
A proposta sugere que a Amazon explore a possibilidade de alocar até 5% de seus ativos em Bitcoin, citando o desempenho excepcional da criptomoeda em comparação com investimentos tradicionais.
O documento cita que, em 2024, o preço do Bitcoin aumentou 131%, superando a valorização média de 126% dos títulos corporativos. Nos últimos cinco anos, o crescimento acumulado do Bitcoin foi de impressionantes 1.246%, enquanto os títulos corporativos renderam 1.242% no mesmo período.
A MicroStrategy, uma empresa que adotou o Bitcoin como parte de sua estratégia de tesouraria, viu suas ações valorizarem 537% em 2024, superando amplamente o desempenho da própria Amazon no mercado.
A proposta destaca ainda que empresas como Tesla e Block já adotaram o Bitcoin em suas reservas, enquanto gigantes institucionais como BlackRock e Fidelity oferecem ETFs de Bitcoin a seus clientes.
Além disso, o governo dos Estados Unidos está planejando criar uma reserva estratégica de Bitcoin em 2025.
Segundo a proposta, a inflação nos Estados Unidos nos últimos quatro anos, medida pelo índice oficial de preços ao consumidor (CPI), teve uma média de 4,95%, com picos de 9,1% em junho de 2022.
No entanto, estudos independentes sugerem que o verdadeiro impacto inflacionário pode ser até o dobro do valor registrado.
Para empresas como a Amazon, que possuem bilhões de dólares em ativos líquidos, esse contexto representa um risco de desvalorização de capital.
Atualmente, a Amazon mantém US$ 585 bilhões em ativos totais, dos quais US$ 88 bilhões estão alocados em dinheiro, equivalentes de caixa e títulos negociáveis, incluindo bônus governamentais e corporativos.
A proposta argumenta que esses ativos não estão protegendo adequadamente o valor do capital da empresa, já que os rendimentos de títulos são inferiores à inflação real.
Embora o Bitcoin seja conhecido por sua volatilidade, a proposta defende que uma alocação de apenas 5% seria suficiente para diversificar a tesouraria da Amazon sem expor a empresa a riscos excessivos.
A diversificação seria uma estratégia para maximizar o valor para os acionistas no longo prazo, protegendo os ativos da empresa contra a inflação e aproveitando o potencial de valorização da criptomoeda.
No texto submetido, os acionistas solicitam formalmente que o conselho da Amazon conduza uma análise detalhada para determinar se adicionar Bitcoin à tesouraria da empresa é uma estratégia alinhada aos melhores interesses de longo prazo dos acionistas.
Se aprovada, a iniciativa poderia posicionar a Amazon como uma das primeiras gigantes do varejo global a adotar o Bitcoin como parte de sua estratégia financeira, seguindo o exemplo de empresas de tecnologia e serviços financeiros, como a Tesla e a MicroStrategy.
Além da Amazon, a Microsoft também pode entrar no mercado de Bitcoin, com acionistas da empresa decidindo na próxima terça-feira (10) se a empresa deve incluir Bitcoin em seu balanço patrimonial.
A proposta também foi apresentada pelo National Center for Public Policy Research, que argumenta que a criptomoeda oferece uma forte proteção contra a inflação.
No entanto, o conselho da Microsoft recomendou voto contrário, afirmando que a empresa já considera uma ampla gama de ativos em sua estratégia de investimentos.
A decisão ocorre em um momento em que o Bitcoin atingiu a marca histórica de US$ 100.000, ganhando apoio de figuras políticas como Donald Trump e Vladimir Putin.
Apesar disso, a Microsoft mantém uma postura conservadora, refletindo as opiniões de seu cofundador Bill Gates, que já expressou críticas ao mercado cripto
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