A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, com apoio do Ministério da Justiça, prendeu duas pessoas em São Paulo e Curitiba na última quinta-feira (29), suspeitas de roubar R$ 3,6 milhões em criptomoedas de um casal.
O crime aconteceu porque os criminosos conseguiram as senhas das vítimas, que confiavam neles. A operação, chamada “Verbum Clavis” (palavra-chave), contou com a ajuda de um laboratório especializado em crimes na internet para rastrear as criptomoedas e os suspeitos.
No Brasil, vale lembrar, quem comete esse tipo de crime pode pegar prisão de até oito anos, além de outras penas por formar grupo para cometer crimes.
Alerta de segurança: Seus ‘amigos’ podem ser seus maiores inimigos no mundo das criptomoedas
De acordo com a polícia Civil, o caso passou a ser investigado após o casal perder milhões em criptomoedas e suspeitar de pessoas próximas que, de alguma forma, conseguiram ver a senha de suas contas.
O golpe, provavelmente planejado, é um alerta sobre a importância da segurança digital e da cautela ao compartilhar informações sensíveis, mesmo com pessoas de confiança.
No caso em questão, os criminosos não eram hackers anônimos operando de locais remotos; eram conhecidos do casal, pessoas de seu convívio com livre acesso à sua casa.
“Ficou comprovado que os acusados abusaram da relação de confiança que tinham com as vítimas e aplicaram o golpe após conseguirem as palavras-chave de acesso das contas.” disse a PC-MS.
O acesso lhes permitiu observar, aprender e eventualmente obter as palavras-chave necessárias para acessar as contas sem levantar suspeitas, destacando um aspecto frequentemente subestimado na segurança de criptomoedas: a ameaça interna.
Conforme as criptomoedas continuam a ganhar adoção e valor, é importante que investidores, tanto novatos quanto experientes, fiquem atentos sobre os riscos e adotem medidas de proteção cada vez mais fortes.
Polícia consegue rastrear criptomoedas e prender suspeitos
Após assumir o caso, a Garras/MS acionou o Ciberlab, núcleo do MJSP especializado em operações com criptomoedas, que conseguiu rastrear os ativos roubados e identificar os responsáveis pelo crime.
“A Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestro (Garras/MS) acionou o Núcleo de Operações com Criptoativos do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab/MJSP) para auxiliar no rastreio dos ativos e identificação dos responsáveis.”
O laboratório tem o papel de assessorar as diversas investigações de crimes cibernéticos que ocorrem no país. As polícias mapeiam suspeitos ou organizações criminosas, identificam provas do crime e elementos que se desdobram em pedidos de busca e apreensão ou prisão dos autores.
Por fim, a vulnerabilidade do casal não estava exclusivamente em falhas tecnológicas ou na segurança das plataformas de criptomoedas, mas na confiança depositada em pessoas que se revelaram indignas dessa confiança.
Sendo assim, investidores de criptomoedas são aconselhados a adotar medidas de segurança que dificultem tal crime. A primeira linha de defesa é a educação sobre os riscos associados a como guardar informações sensíveis, como senhas ou palavras-chave de acesso a contas.
Além disso, é importante implementar medidas de segurança como a autenticação de dois fatores (2FA), que adiciona uma camada extra de proteção.