A Pandemia da Covid-19 tem sido um momento e muitas preocupações e crises para a maioria das pessoas, mas também um momento de criar alternativas para lidar com a situação. Uma aliança entre diferentes entidades anunciou o primeiro aplicativo latino-americano para combater a Covid-19.
A aliança está sendo liderada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pretende usar um aplicativo com a tecnologia blockchain para combater o coronavírus.
Chamado de David-19, o app vai permitir que os cidadãos possam ajudar o governo a rastrear os dados sobre a pandemia, mas sem expor seus usuários.
Uma das principais formas de combater uma pandemia como essa, e que os governos estão tentando fazer, é o gerenciamento e estudo de dados sobre os infectados confirmados, casos suspeitos, pessoas em isolamento, entre outros.
Esse tipo de controle é fundamental para conseguir aumentar a eficiência quarentena e, eventualmente, conseguir frear o avanço do vírus. E qual a melhor forma de fazer isso se não através de uma tecnologia imutável, transparente e, principalmente, descentralizada?
David-19 quer alavancar a tecnologia da descentralização para uma base de dados que além de eficiente, também proteja a identidade dos usuários.
O objetivo do aplicativo é criar um registro comum descentralizado sobre o status de cada um dos usuários e se eles estão em quarentena ou não.
Isso vai ajudar a mapear as áreas de situação de risco e aumentar os dados com qual as autoridades de saúde possam se basear para criar estratégias mais eficientes para a atual situação.
Segundo informações da Agência de Notícias AFP, os dados permitiram o desenvolvimento de um passaporte digital de saúde.
Inspiração em programas de sucesso na Ásia
O aplicativo contra Covid-19 foi inspirado por diferentes ferramentas utilizadas em países asiáticos, mais especificamente em Singapura e Coreia do Sul. Esses dois países são considerados exemplos positivos no controle do coronavírus.
Na Ásia as ferramentas utilizaram a rastreabilidade e estratégias de distanciamento social, no entanto, eram compulsivas e centralizadas. No caso do David-19, além de funcionar através de voluntários, utilizará a descentralização da blockchain.
Alejandro Pardo, especialista do laboratório de inovação do BID, disse em entrevista à AFP:
“Pode ser a primeira experiência regional do uso de um modelo de identidade soberana que deixa cada cidadão sob o controle de seus dados pessoais, permitindo que assumam a responsabilidade e colaborem ativamente no controle da pandemia”
A blockchain garante a transparência e veracidade das informações, no entanto, ainda mantém a privacidade de cada um dos usuários.