Uma associação ingressou com um processo na justiça do Rio de Janeiro para pedir o bloqueio de R$ 17 bilhões da empresa do “Faraó dos Bitcoins” Glaidson Acácio dos Santos, a GAS Consultoria.
Essa empresa é investigada pelas autoridades brasileiras como uma das maiores pirâmides financeiras a atuar no Brasil nos últimos anos. Usando a imagem do Bitcoin, essa empresa prometia para investidores de todo país rendimentos fixos e mensais de 10%.
Como sede em Cabo Frio, ela já vinha sob suspeitas desde 2020, mas em 2021 acabou sendo alvo da Polícia Federal na Operação Kryptos. Dessa forma, tanto o suposto faraó quanto seus principais líderes acabaram presos e tiveram seus bens confiscados.
Estima-se que a GAS tenha movimentado de clientes bilhões de reais, todos acreditando nos milagres da multiplicação oferecidos pelo ex-pastor Glaidson Acácio.
Associação pede bloqueio de R$ 17 bilhões do “Faraó dos Bitcoins”
Nos últimos dias de fevereiro, a Associação Nacional Centro de Cidadania Em Defesa do Consumidor e Trabalhador (Acecont) ingressou na justiça contra a GAS e seus líderes. Um dos advogados na ação, David Nigri, que é ex-presidente da Acecont conversou com o Livecoins e disse que os golpes com Bitcoin no Brasil tem chamado atenção.
Ele já ingressou com muitas ações na justiça contra golpes contra consumidores, e teme que a GAS Consultoria possa sumir com o dinheiro dos clientes e por isso a presente ação se justificou. São quatro escritórios a ingressar na ação em conjunto, representando o interesse dos investidores da GAS que podem estar correndo grandes riscos de nunca mais ver seus dinheiros.
“Essa questão do Bitcoin está dando muito pano para manga, tanto é que no Congresso estão tentando passar uma lei. Se realmente o líder da empresa é criminoso ou não só a justiça criminal vai poder apurar. Mas o fato é o seguinte, as pessoas querem pelo menos ter a certeza que um dia vão receber esse dinheiro de volta. Então é preciso a gente entrar com uma ação para tentar bloquear e sequestrar esse dinheiro, para reservar, porque senão amanhã esse dinheiro desaparece. Esse é o problema que está incomodando todo mundo, e tudo isso é baseado no Código de Defesa do Consumidor, pois é uma relação de consumo entre as pessoas e a GAS“.
David Nigri lembra que já está com a procuração do caso, que foi movido como ação civil pública para defesa dos interesses dos consumidores com pedido de tutela de urgência e evidência.
Essa ação movida pela associação pede o bloqueio de R$ 17 bilhões da empresa do Faraó dos Bitcoins, com urgência, além do pagamento de 20% de ônus de sucumbência, o que eleva a causa para mais de R$ 20 bilhões.
Quem é citado na ação?
A Acecont ingressou com pedido contra a GAS Consultoria, Glaidson Acácio dos Santos, MYD ZERPA TECNOLOGIA EIRELI, Mirelis Zerpa, e dois advogados relacionados com os líderes da empresa.
Na petição inicial, a associação pede que a comarca da capital do Rio de Janeiro seja estabelecida para julgar os fatos da ação coletiva. Assim, foi pedido contra eles o deferimento de tutela de urgência para bloqueio de valores, sequestro ou arresto de bens, citação dos réus, rescisão dos contratos com a empresa, bloqueios de criptomoedas em nome de todos os citados pela ação, danos morais, entre outros.
A causa agora será avaliada pela justiça do Rio de Janeiro, em um das maiores ações coletivas contra uma pirâmide financeira no país.