Apesar dos esforços da digitalização no Brasil, um assunto que pouco se debate é o acesso à internet. Com uma atualização sendo conduzida na internet nos últimos anos, o movimento pode ser fundamental para o Bitcoin ser mais conhecido no Brasil.
Isso porque, muitas regiões ainda carecem de acesso à internet com qualidade, o que prejudica muitos negócios. Um estudo recente da TIC Saúde 2019, por exemplo, aponta que 18% das Unidades Básicas de Saúde ainda não possuem acesso à internet no Brasil, mesmo em meio a pandemia.
O tema é sensível e pode prejudicar a população brasileira inclusive a conhecer as novas ferramentas que o mundo já oferece. O Bitcoin é a primeira moeda digital do mundo, e a internet seria a principal infraestrutura dessa moeda hoje.
Atualização da internet é fundamental para aumentar adoção do Bitcoin no Brasil
Com a maior busca pelas pessoas, aplicativos, sites, entre outros, pela internet, há uma pressão por mais endereços para navegação. Esses endereços são chamados de IP (protocolo da internet), que identifica cada dispositivo registrado na rede.
Em 2020, estamos chegando em um ponto da história da internet no Brasil há muito aguardado. Isso porque, os endereços IP na versão 4, os chamados IPv4, estão finalmente acabando.
Há anos os especialistas em internet do Brasil já alertavam para o fim deste protocolo, e agora, em julho de 2020, estima-se que deverá esgotar em no máximo dois meses. Em uma live na última quarta (22), os analistas do setor puderam discutir como andam os avanços para implementar o IPv6, solução alternativa para o fim do IPv4.
Com o IPv6, o gerente de TI da Brisanet, Rubens Schner, estima que sua empresa economizou R$ 6 milhões com essa atualização. O analista deixou claro que essa empresa de telecomunicações do interior do nordeste tem conseguido superar facilmente os desafios para implementação da nova tecnologia, que se mostra promissora.
Outras empresas já registraram dificuldade em adaptar ao IPv4, como a TOTVS, que recentemente tteve que transferir recursos do Panamá para o Brasil. As dificuldades de se obter endereços IPv4 hoje são sérias, principalmente com maior demanda pela internet.
Ao abrir a possibilidade para mais endereços na internet, com uso do IPv6, mais pessoas poderão se conectar no Brasil. Ou seja, para que a moeda da internet, o Bitcoin, se torne mais popular no país, é fundamental a atualização deste protocolo.
Maior parte dos nodes Bitcoin ainda é IPv4 no mundo
Peça fundamental para o funcionamento da rede Bitcoin, os nodes são certamente um assunto importante. Registrando cópias de todas as transações da rede, e garantindo a segurança do Bitcoin, os nodes são softwares que armazenam informações.
Para se conectar pela rede, a maior parte dos nodes Bitcoin hoje é IPv4, de acordo com dados do Bitnodes. Atualmente, a rede Bitcoin possuí cerca de 10300 nodes ativos, sendo que destes, por volta de 6700 são nodes IPv4, ou seja, mais de 60%.
Além disso, a rede tem mais 1170 nodes IPv6 e, por fim, 2390 endereços utilizam-se da rede onion. O Brasil possuí apenas 38 nodes no momento da escrita dessa matéria, figurando na posição 28 do mundo.
Os principais países a registrar nodes são Estados Unidos, Alemanha e França, que juntos, possuem mais de 40% dos nodes mundiais. No futuro, com a atualização da internet no Brasil, e o iminente fim do IPv4, o Bitcoin pode se tornar mais popular e até quem sabe, registrar mais nodes no país.
Te interessa o debate sobre o IPv6 e seus avanços no Brasil? Confira o vídeo abaixo na íntegra: