O lastro da criptomoeda estável Tether recebeu a avaliação de uma auditoria baseada nas Ilhas Cayman, que afirmou encontrar 10% em dinheiro e depósitos bancários.
No último mês de maio, a empresa colocou a disposição do mercado a informação de que apenas 76% dos lastros eram em dinheiro ou equivalentes. De acordo com o Decrypt, o relatório anterior ainda mostrou que 3% dos USDTs emitidos eram apoiados em dinheiro, ao contrário das alegações da Tether de 100% de lastro em fidúcia.
Com o relatório de garantia apresentado, a Tether informa que sempre foi totalmente garantida, apresentando ao mercado a comprovação do que afirmou sempre. Com US$ 62 bilhões de capitalização, essa é a terceira criptomoeda em valor, abaixo apenas do Bitcoin e Ethereum.
Mas o volume de operações diário nesta rede é superior ao de suas rivais, o que parte do mercado tinha o receio de que o USDT não fosse lastreado.
Como uma stablecoin, o valor do Dólar Tether oscila em torno de 1 Dólar (USD), com praticamente nenhuma variação no longo prazo. Em nota, a empresa afirmou que sempre foi respaldada e seu relatório apresentado nesta segunda-feira (9) só confirma isso.
“O Tether sempre foi totalmente respaldado e a opinião de garantia disponibilizada hoje confirma isso mais uma vez e coloca o Tether à frente da indústria em termos de transparência.”
Tether has always been fully backed and the assurance opinion made available today confirms it once again, and puts Tether ahead of the industry on transparency.https://t.co/2CLZTLXNjb
— Tether (@Tether_to) August 9, 2021
Só 10% das reservas da Tether estão em dinheiro e depósitos bancários, confirma auditoria feita sobre o lastro
Um detalhe que chamou atenção no relatório é que cerca de 50% das reservas estão em papel comercial e certificados de depósito. Isso dá cerca de US$ 30 bilhões.
Apesar da declaração otimista da empresa, o mercado observou que apenas 10% das reservas estão em dinheiro e depósitos bancários, o que pode ser uma crítica a criptomoeda. Isso porque, antes era falado que 100% era dinheiro, o que não se comprovou.
De qualquer forma, essa auditoria da Moore Cayman foi apresentada ao mercado, o que representa algum avanço na transparência para quem acompanha o caso, e sabe que até os executivos da Tether estão na mira da justiça dos Estados Unidos, caso que ganhou repercussão no final de julho.
Logo, este relatório divulgado hoje já havia sido prometido pelo CTO da iFinex, Paolo Ardoino, tendo como referência o mês de junho de 2021.
Em relação a possível investigação do DOJ sobre a Tether, os executivos responderam que estão colaborando com as investigações de uma suposta fraude bancária nos EUA, com o processo correndo em sigilo de justiça.