Um antigo investidor de Bitcoin moveu 40 mil bitcoins nesta sexta-feira (4). As moedas estão avaliadas em R$ 23,7 bilhões e estavam paradas desde 2011, há 14 anos.
O valor é tão alto que o colocaria entre as mil pessoas mais ricas da lista de bilionários da Forbes, ao lado de nomes como Jack Dorsey, fundador do Twitter, e David Filo, co-fundador do Yahoo!, ambos com US$ 4,3 bilhões.
No entanto, devido ao pseudo-anonimato do Bitcoin, é improvável saber quem está por trás dessa transação, tampouco suas motivações.
Bitcoins foram enviados de 4 carteiras diferentes
Dados do site BTC Parser mostram que o investidor realizou quatro transações de 10.000 bitcoins nesta sexta-feira (2). As moedas estavam paradas desde 2011, há 14 anos.
Uma breve análise dos endereços mostra que a baleia era um minerador, até porque o mercado era quase inexistente na época.
Como exemplo, uma transação daquele ano mostra que ele consolidou diversas recompensas de mineração (50 BTC, na época) em um mesmo endereço, até fechar 10.000 bitcoins.
Os 40 mil bitcoins estavam avaliados em US$ 77.212 no momento dessas transações antigas, mas hoje estão avaliados em US$ 4.347.952.000. Portanto, o investidor multiplicou seu capital em 56.311 vezes, em dólar.
Dado que ele obteve essas moedas antes dessa data, seus lucros são ainda maiores.
Para onde esses 40 mil bitcoins foram enviados?
Os 40 mil bitcoins foram enviados para quatro endereços diferentes e a fortuna continua dividida. Ao que tudo indica, o investidor não moveu suas moedas para corretoras, mas sim para novas carteiras ainda controladas por ele.
Três desses endereços são do tipo SegWit (com prefixo bc1q), já outro é do tipo Legacy/Legado (com prefixo 1), todos virgens até antes do recebimento desses valores.
As moedas permanecem paradas no momento desta redação, outro indício de que não foram vendidas.
Até então não há uma explicação sobre o motivo da movimentação.
Um dos motivos seria a própria valorização dessas moedas. No entanto, o investidor poderia ter feito isso sem chamar tanta atenção caso quisesse vendê-las, usando um endereço de cada vez.
Outra razão poderia ser o risco de ataques por computadores quânticos. No entanto, esses endereços originais não haviam realizado transações de saída antes dessas e, portanto, suas chaves públicas não foram reveladas e as moedas estavam seguras.
Uma terceira hipótese seria o confisco dessas moedas por autoridades, como aconteceu com os 50.000 bitcoins confiscados pela Alemanha em 2024. Tais moedas estavam paradas desde 2013 e a movimentação foi percebida antes da polícia publicar um comunicado sobre o caso, também levantando dúvidas.
No entanto, autoridades costumam realizar uma pequena transação para o endereço final antes de moverem os saldos completos, o que não aconteceu nesse caso. Portanto, a falta desse padrão também pode eliminar essa possibilidade.
Dado que se trata de um minerador, também é difícil acreditar que exista uma ação judicial contra ele.
Um último motivo seria um roubo, já que o número de sequestros contra investidores de criptomoedas está em alta, mas não há informações que corroborem com isso.
Por fim, a verdade é que é impossível saber as motivações por trás dessas transações. Isso mostra a beleza do Bitcoin, transparente, mas com um grande grau de anonimato.