Banco proíbe transferências para a Binance citando “muitos golpes”

A proibição do banco Westpac ocorre um mês após a Australian Securities and Investments Commission (ASIC) revogar a licença de serviços financeiros da Binance para a venda de derivativos.

O Westpac, um dos maiores bancos australianos, anunciou que está proibindo seus clientes de transferir fundos para a Binance, a maior exchange de criptomoedas do mundo.

A medida faz parte de um teste realizado pelo banco, após seus próprios dados revelarem que golpes de investimento representam aproximadamente metade de todas as perdas relacionadas a golpes, e um terço de todos os pagamentos fraudulentos são transferidos diretamente para exchanges de criptomoedas.

“Os dados mais recentes do Westpac mostram que os golpes de investimento representam aproximadamente metade de todas as perdas de golpes e um terço de todos os pagamentos fraudulentos são transferidos diretamente para uma corretora de criptomoedas”, afirmou o banco em um comunicado à imprensa.

De acordo com o jornal The Guardian, embora o banco não tenha mencionado a Binance especificamente, é entendido que a exchange está incluída na proibição.

Scott Collary, executivo do grupo de serviços ao cliente e tecnologia da Westpac, afirmou que essa mudança pode salvar milhões de dólares perdidos em golpes.

Ele explicou que as exchanges digitais desempenham um papel legítimo no ecossistema financeiro, mas, desde o surgimento das moedas digitais, golpistas têm se aproveitado cada vez mais das exchanges no exterior.

Muitos clientes descobrem que foram enganados somente depois que o dinheiro já deixou o país, dificultando muito a recuperação.

A Westpac planeja lançar o banimento das exchanges como um teste em fases nas próximas semanas.

Binance responde

Em resposta à proibição, a Binance anunciou que não pode mais aceitar pagamentos em dólares australianos devido a uma decisão do provedor de pagamento terceirizado da empresa.

A Binance está trabalhando para encontrar um provedor alternativo que permita continuar oferecendo depósitos e saques em AUD para seus usuários.

A Binance disse que os usuários ainda podem comprar e vender criptomoedas usando cartões de crédito ou débito e que seu mercado P2P continuará operando normalmente.

Também afirmou que os fundos dos usuários estão seguros por meio do Secure Asset Fund for Users, um fundo que oferece proteção aos usuários da Binance em caso de situações extremas.

A proibição do banco Westpac ocorre um mês após a Australian Securities and Investments Commission (ASIC) revogar a licença de serviços financeiros da Binance para a venda de derivativos.

Em abril, o Scamwatch da Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores informou que golpes de investimento representaram a maioria das fraudes relatadas, totalizando mais de 500.000 relatórios com perdas superiores a US$ 3,1 bilhões.

Transferências bancárias foram o método de pagamento mais comum, com 13.098 relatórios que totalizaram US$ 210,4 milhões perdidos. No entanto, houve um aumento significativo no uso de criptomoedas como método de pagamento, com 3.910 pessoas relatando esse tipo de pagamento, resultando em perdas de US$ 221,3 milhões, um aumento de 162,4% em relação ao ano anterior.

O órgão regulador descobriu que a Binance classificou incorretamente centenas de clientes de varejo como investidores de atacado. A Binance é a maior exchange de criptomoedas do mundo, com 128 milhões de clientes globalmente e processando US$ 65 bilhões em transações diariamente.

Binance sob pressão

Vale ressaltar que, em março, a Binance e seu CEO, Changpeng Zhao, foram processados pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC) dos Estados Unidos por suposta evasão intencional da lei americana.

A ação alega que a empresa expandiu seus negócios nos EUA, mesmo afirmando publicamente que estava impedindo o acesso de clientes americanos à plataforma. As alegações incluem facilitação de atividades ilegais e falhas nas regras de identificação dos clientes.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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