A Binance anunciou na manhã desta terça-feira (6) que deixará de listar a criptomoeda focada em privacidade Monero (XMR), juntamente com outros três tokens — Aragon (ANT), Multichain (MULTI) e Vai (VAI). De acordo com comunicado oficial da maior corretora do mundo, a decisão foi tomada após uma avaliação que concluiu que essas criptomoedas não cumprem mais os padrões exigidos pela Binance.
A notícia foi antecipada com exclusividade pelo Livecoins no início de janeiro, quando a corretora colocou a Monero e outras criptomoedas de privacidade em sua lista de monitoramento, sinalizando que estava se preparando para potencialmente remover os ativos.
A Binance também já havia removido 12 tokens de privacidade em alguns países da União Europeia, o que sugeria que a remoção em sua plataforma global era apenas uma questão de tempo.
Monero despenca mais de 20% após ser removida da Binance
Em uma postagem em seu blog oficial, a Binance explicou que a exclusão de moedas ou tokens ocorre quando eles não atendem a determinados critérios de qualidade ou quando há mudanças significativas no cenário da indústria.
“Quando uma moeda ou token não atende mais a esse padrão, ou a indústria muda, conduzimos uma revisão mais aprofundada e potencialmente a removemos da lista”, afirmou a empresa.
A retirada dos tokens listados será efetiva imediatamente após o dia 20 de fevereiro, e os usuários não poderão mais realizar saques desses ativos a partir de 20 de maio. A notícia teve um impacto direto no valor da Monero, que registrou uma queda de mais de 20%, sendo negociada a US$ 124,01 após o anúncio.
Por que a Binance removeu a Monero?
As moedas de privacidade, como o Monero, são projetadas para garantir o anonimato dos usuários, dificultando a rastreabilidade das transações. Embora valorizadas por alguns pela maior privacidade que oferecem, elas têm enfrentado resistência de reguladores e autoridades devido às dificuldades em monitorar o fluxo de dinheiro, o que pode facilitar atividades ilícitas.
A medida da Binance segue uma tendência observada em outras exchanges, como a OKX, que também optou por excluir a Monero e outros tokens focados em privacidade de sua plataforma no final do ano passado.
Muitos países estão implementando regulamentos mais rígidos sobre o uso de criptomoedas, com ênfase especial na identificação de partes em transações financeiras para combater a lavagem de dinheiro (AML) e financiamento do terrorismo (CFT).
As corretoras, buscando manter a conformidade com tais regulamentações, podem achar mais seguro excluir criptomoedas como o Monero, que dificultam a adesão a esses requisitos regulatórios.
Além disso, as plataformas podem enfrentar pressão direta de autoridades financeiras e órgãos reguladores para remover criptomoedas que possam facilitar atividades ilícitas devido à sua natureza anônima.
Sendo assim, a decisão da Binance destaca o crescente escrutínio sobre criptomoedas que oferecem anonimato, refletindo as preocupações regulatórias em torno da transparência e do combate à lavagem de dinheiro no setor.