Bitcoin cai abaixo de US$ 65 mil e desencadeia liquidação de US$ 440 milhões

O cenário atual sugere que os investidores devem se preparar para um período contínuo de incerteza e possíveis flutuações nos preços das criptomoedas, enquanto o Fed continua a enfrentar os desafios da inflação e os mercados se ajustam às novas expectativas econômicas.

O mercado de criptomoedas enfrenta uma nova onda de turbulência, com o Bitcoin caindo para seu menor valor em um mês. Nesta terça-feira (18), a maior criptomoeda do mundo registrou uma queda de 2,7%, sendo negociada abaixo de US$ 65 mil.

Dados recentes da CoinShares revelam que na última semana, cerca de US$ 600 milhões saíram do mercado de criptomoedas, a maior saída desde março.

A tendência de queda é resultado de preocupações dos investidores com a inflação persistente e a perspectiva de que o banco central dos EUA (Fed) possa manter as taxas de juros elevadas por um período mais longo.

A persistente pressão inflacionária nos Estados Unidos fez com que os traders revisassem suas expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Fed ainda este ano, criando um ambiente desfavorável para investimentos especulativos, como as criptomoedas.

Além disso, as ações e títulos têm oferecido retornos superiores aos do Bitcoin neste trimestre, contrastando com o desempenho do primeiro trimestre, quando os ativos digitais superaram os mercados tradicionais de forma mais ampla.

Desempenho do Bitcoin Junho 2024 (CoinMarketCap)
Desempenho do Bitcoin Junho 2024 (CoinMarketCap)

Onda de liquidações varre o mercado

Nos últimos sete dias, o Bitcoin caiu de cerca de US$ 69.000 para US$ 65.000, levando à liquidação de quase US$ 420 milhões de posições alavancadas. Em outras palavras, traders que estavam otimistas em relação ao BTC no curto prazo e apostavam na alta acabaram tendo suas posições liquidadas.

As maiores corretoras como Binance, OKX e HTX viram juntas US$ 336 milhões em posições longas serem eliminadas.

Apesar dos danos, o Bitcoin mostrou uma ligeira recuperação e agora é negociado acima de US$ 65.300. No entanto, o mercado mais amplo de criptomoedas continua a sentir os efeitos.

Como é comum no mercado, a queda do Bitcoin causou uma reação em cadeia, derrubando outras criptomoedas. O Ethereum, por exemplo, caiu quase 4% nas últimas 24 horas.

Outras altcoins populares como Solana (SOL), Toncoin (TON) e Cardano (ADA) tiveram desempenho ainda pior, caindo 5%, 5,20% e 6,70%, respectivamente.

As memecoins viram quedas ainda piores. A Dogecoin (DOGE), conhecida como a mais popular, caiu quase 10% nas últimas 24 horas. Outras memecoins como Shiba Inu, PEPE, Dogwifhat e Floki cairam mais de 15%.

Desempenho criptomoedas junho 2024 (CoinMarketCap)
Desempenho criptomoedas junho 2024 (CoinMarketCap)

ETFs de Bitcoin registram saídas

Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin nos Estados Unidos viram uma onda de saídas na segunda-feira (17), com uma retirada total de US$ 145,83 milhões, seguindo uma semana em que os fundos já haviam visto saídas de US$ 580 milhões, refletindo o crescente ceticismo dos investidores em relação aos ativos digitais diante de um cenário econômico incerto.

O ETF da Fidelity liderou as saídas com US$ 92 milhões, após já ter perdido cerca de US$ 140 milhões na semana passada. Outros fundos, como o ARKB da Ark Invest e 21Shares, também registraram saídas de US$ 50 milhões.

Os ETFs GBTC da Grayscale e HODL da VanEck seguiram a tendência, com saídas de aproximadamente US$ 4 milhões cada. A exceção foi o BITB da Bitwise, que teve entradas líquidas de US$ 3 milhões, enquanto o IBIT da BlackRock, o maior ETF de bitcoin à vista em termos de valor patrimonial, não apresentou fluxo líquido.

As saídas reduziram as entradas líquidas acumuladas dos ETFs de Bitcoin para US$ 14,96 bilhões, segundo dados da SoSoValue.

Desempenho ETFs Bitcoin Junho 2024 (Sosovalue)
Desempenho ETFs Bitcoin Junho 2024 (Sosovalue)

A recente sequência de saídas marca uma interrupção na mais longa série de entradas líquidas dos ETFs de Bitcoin nos EUA, desencadeada por dados econômicos conflitantes, como os da folha de pagamento não agrícola e o desemprego, que aumentaram a incerteza entre os investidores e impulsionaram a fuga de ativos mais arriscados.

Na semana passada, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) decidiu manter a taxa de juros dos EUA no patamar mais alto em 23 anos, entre 5,25% e 5,5%.

A decisão foi tomada em um momento em que a inflação ainda está acima da meta de 2% do Federal Reserve, com os preços ao consumidor subindo 3,3% em maio.

O presidente do banco central americano (Fed), Jerome Powell, indicou progresso na redução da inflação, mas afirmou que são necessárias mais evidências antes de considerar uma redução nas taxas de juros.

Com isso, o Fed espera agora apenas um corte nas taxas em 2024, uma diminuição em relação às três reduções previstas anteriormente.

A postura mais cautelosa do Fed em relação à política monetária, juntamente com as expectativas revisadas de cortes de taxas, contribuiu para a diminuição do apetite por ativos especulativos, como o Bitcoin.

O preço da criptomoeda, que se aproximava de US$ 72.000 antes da divulgação dos dados econômicos dos EUA, caiu gradualmente para cerca de US$ 65.100.

O cenário atual sugere que os investidores devem se preparar para um período contínuo de incerteza e possíveis flutuações nos preços das criptomoedas, enquanto o Fed continua a enfrentar os desafios da inflação e os mercados se ajustam às novas expectativas econômicas.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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