Bitcoin me ajudou a transferir dinheiro para os EUA, diz Monark

Monark mostrou uma postura característica de pessoas conhecidas como “maximalistas de Bitcoin”, que acreditam firmemente no potencial único do Bitcoin em comparação com outras criptomoedas.

Bruno Monteiro Aiub, o Monark, conhecido por criar o maior Podcast do Brasil ao lado de Igor Coelho, deixou o Brasil para morar nos Estados Unidos após afirmar que o país virou uma ditadura do Judiciário e que é um perseguido político.

Em entrevista recente concedida ao Livecoins, Monark falou sobre sua atual vida nos Estados Unidos, o que pensa sobre o Bitcoin e sobre outros assuntos.

Com semblante tranquilo e bebendo um RedBull, ele enfatizou a busca por maior segurança jurídica e liberdade de expressão como os principais motivadores para sair do Brasil.

Sua decisão, conforme relatado, foi fortemente motivada por preocupações com sua segurança pessoal e liberdade de expressão.

“Eu queria um local onde pudesse ter segurança jurídica e falar tudo o que quisesse sem ter medo.”

Monark também destacou um temor real, não apenas de ser preso devido às suas opiniões, mas também de enfrentar ameaças à sua própria vida. “Existe o receio de eu ser preso ou até mesmo morto. Nunca se sabe sobre as intenções de algumas pessoas”, enfatizou.

“Se a gente fosse prever o futuro, se fosse continuar aumentando a perseguição sobre mim, porque foi escalando, né? Primeiro bane uma conta em uma rede social, depois outra, depois outra de novo. Aí começou a multa e depois o próximo passo era me prender, entendeu? Então para evitar esse essa escalada, eu decidi mudar para cá e tocar minha operação aqui.”

Apesar de seus medos e preocupações, Monark esclareceu que sua mudança para os EUA foi uma decisão planejada e não um ato impulsivo. “Não foi uma fuga; simplesmente peguei um avião e vim”, assegurou.

“Brasil virou uma ditadura do Judiciário, não existe mais lei”, diz Monark

Monark é acusado de disseminar “desinformação” através de suas redes sociais e direcionar ataques ao Supremo Tribunal. Como consequência, o ministro Alexandre de Moraes determinou uma multa no valor de R$ 300 mil contra o influenciador.

A ação não apenas prevê a aplicação da multa, mas também instrui o Banco Central a bloquear tal montante das contas do influenciador.

Moraes também instruiu várias redes sociais a removerem os perfis de Monark. As solicitações de remoção foram enviadas a plataformas como Meta (Facebook e Instagram), Google, Spotify, TikTok, Twitter e várias outras.

Devido as suas opiniões polêmicas, Monark é frenquentemente reconhecido como o homem que “peitou o estado”. Mas suas falas defendendo a liberdade sempre lhe trouxeram problemas.

Monark em entrevista ao Livecoins
Monark em entrevista ao Livecoins

Falando sobre o assunto, Monark expressou sua percepção de que sua notoriedade e reconhecimento no cenário nacional podem ter sido amplificados por seu comportamento destemido.

Ele sugere que, por ter conquistado um status de destaque, tornou-se um “exemplo” ou um alvo para as autoridades. A ideia é que, se ele pudesse ser silenciado ou controlado, isso serviria como uma mensagem ou advertência para outros influenciadores.

Monark acredita, portanto, que foi usado como um exemplo para colocar medo em outros de seguirem um caminho similar de defesa da liberdade de expressão.

“Eu me tornei o exemplo, entendeu? Para botar medo no resto. Tipo, ‘se a gente conseguir silenciar esse cara, a gente coloca medo no resto, porque ele é o mais corajoso’. Então isso que eu entendi, sou exemplo para os demais.”

Seguindo, Monark criticou alguns influenciadores digitais brasileiros. Ele caracteriza muitos como submissos, insinuando que são facilmente manipulados por grupos políticos e outras autoridades.

O influenciador usou o exemplo da “vareta e da cenoura” para exemplificar a situação: enquanto alguns optam pelo caminho mais fácil, buscando recompensas e evitando conflitos — simbolizados pela “cenoura” -, outros, como ele próprio, enfrentam as consequências mais duras de suas ações e palavras, representadas pela “vareta”.

Em sua visão, muitos influenciadores preferem a segurança e os benefícios que vêm com a conformidade, enquanto ele escolheu um caminho de resistência e enfrentou desafios por causa disso.

“Hoje em dia a comunidade de influenciadores brasileiros é completamente acovardada, calada e manejada.”

Censura no Brasil

Monark categorizou a atual situação do Brasil como uma “ditadura do Judiciário”, argumentando que há um poder desmedido nas mãos de algumas autoridades, referindo-se especificamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes.

A acusação central de Monark é que o STF, em particular, age sem respaldo legal, citando como exemplo seu próprio inquérito. Segundo ele, não houve embasamento constitucional para sua punição, uma vez que não cometeu crime algum.

Ele alega que a ação contra ele foi arbitrária, sem base legal, já que, de acordo com sua perspectiva, não existe “crime de informação” ou “crime de fake news” em nosso ordenamento jurídico.

Monark entrevista Livecoins
Monark entrevista Livecoins

Monark vai além e sugere que o cenário atual é o pior possível, comparando a situação a um estado autoritário onde a censura já está em vigor.

Ele menciona um caso relacionado ao jornalista Oswaldo Eustáquio, que, segundo ele, estava proibido de deixar o estado de São Paulo por determinação do então ministro da Justiça, André Mendonça.

O influenciador também prevê possíveis futuros cenários ainda mais sombrios, onde o Judiciário poderia não apenas censurar, mas também prender ou até mesmo torturar pessoas.

Embora use essa hipótese de forma quase retórica, Monark insinua que já existiram casos de tortura no país, deixando um clima de inquietação em suas palavras.

“Talvez eles começam a prender realmente as pessoas, não só censurar. Talvez eles comecem a torturar as pessoas, né? Se bem que já houve caso de tortura. Um cara que ficou paraplégico na cadeia, você teve o caso de um cara que em protesto contra Alexandre de Moraes ateou fogo em si mesmo e morreu. Então a gente tem muitos casos já de autoritarismo comprovado.”

O cenário descrito por Monark é polêmico e reflete a opinião de uma parcela da população que vê com preocupação certas ações do STF.

Bitcoin me ajudou a transferir dinheiro para os EUA

Em conversa com o Livecoins, Monark fez declarações positivas sobre o Bitcoin, afirmando que vê a criptomoeda como “a mais promissora das moedas digitais” e como um ativo com grande relevância no “novo mundo digital”.

Monark também comentou sobre sua experiência pessoal com o Bitcoin, mencionando ter uma quantia da moeda digital como proteção e destacou sua utilidade em transações internacionais.

“Eu acho que é a mais promissora das moedas digitais, sinceramente, é a única que eu acho que tem algum valor hoje em dia e eu acho que ela vai ser interessante, ela vai continuar sendo forte porque ela tem tudo a ver com esse novo mundo moderno, esse novo mundo digital que a gente tá entrando e eu acredito que vai ser uma moeda bem forte no futuro, tem valorizado bastante recentemente inclusive.”

Durante a conversa, Monark mostrou uma postura característica de pessoas conhecidas como “maximalistas de Bitcoin”, que acreditam firmemente no potencial único do Bitcoin em comparação com outras criptomoedas, frequentemente vendo-as como esquemas fraudulentos.

“Eu só confio no Bitcoin, entendeu? Todas as outras criptos aí eu acho que é tudo furada… pirâmide ou lavagem de dinheiro.”

Segundo Monark, o Bitcoin facilitou a transferência de recursos para os Estados Unidos, oferecendo uma alternativa mais rápida e menos burocrática do que os métodos tradicionais de transferência internacional.

Ele exemplificou a eficiência do Bitcoin ao compartilhar uma experiência onde precisava transferir dinheiro para um conhecido nos EUA para a compra de um carro.

Através do Bitcoin, Monark conseguiu fazer essa transação de forma simples, convertendo reais em dólares por meio de uma conta americana.

“Eu tenho alguns bitcoins para proteção. Mas é só isso, basicamente ele [O bitcoin] me ajudou muito para transferir dinheiro para cá [EUA]? Porque com Bitcoin você compra em real e aí você retira em dólar através de uma conta americana, então é uma forma boa de você transferir dinheiro sem passar pelo processo normal de transferência internacional, é mais fácil, é mais rápido, nesse sentido Bitcoin é bastante útil.”

Críticas ao Real digital

Falando sobre o DREX, futuro real digital desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, Monark manifestou preocupação. Ele criticou a ideia de dar mais controle ao estado sobre as transações financeiras, enfatizando o valor da privacidade e da autonomia que o dinheiro físico proporciona.

Segundo Monark, o dinheiro físico é “totalmente incontrolável”, permitindo transações que ficam fora do radar das autoridades. Ele observou que muitos governos ao redor do mundo estão buscando eliminar essa “invisibilidade” para poder coordenar e monitorar a população de maneira mais eficaz.

Ele concluiu sua opinião sobre o tema afirmando ser “totalmente contra” as CBDCs, Moedas Digitais de Bancos Centrais, e expressou esperança de que tais iniciativas não se concretizem.

“Eu acho que é ruim? Quanto mais a gente der o controle para o estado do dinheiro, pior, né? Então eles querem acabar com o dinheiro físico porque o dinheiro físico é totalmente incontrolável? Você não consegue, você não sabe se eu peguei uma maleta de dinheiro, eu entreguei para alguém, entendeu? Você não tem esse controle, ninguém tem esse controle. Então os estados do mundo inteiro querem acabar com esse tipo de transação invisível para eles poderem coordenar a população de uma forma mais eficiente, então eu sou totalmente contra as CBDCs e espero que nunca dê certo?”

Por fim, Monark expressou seu desejo de começar a aceitar doações em criptomoedas. Ele justificou sua decisão alegando que isso está alinhado com sua luta contínua pela liberdade.

Ele também brincou sobre a possibilidade de dar um propósito para aqueles que possuem criptomoedas e estão incertos sobre como usá-las.

“Pretendo receber doações em cripto, porque eu acho que tem tudo a ver com a minha, como você disse no começo da conversa, tudo a ver com a minha luta por liberdade e eu acho que tem muita gente com muita cripto aí que não sabe o que fazer com ela e eu vou dar um destino para ela, Hahaha”

Alexandre de Moraes

Ao falar sobre Alexandre de Moraes, Monark empregou uma mistura de referências culturais e factuais para destacar sua opinião sobre o ministro do STF.

Em sua comparação, ele se utiliza de elementos de “Senhor dos Anéis” para ilustrar a figura de Alexandre de Moraes como uma figura de autoridade quase imperatorial no Brasil.

“Alexandre de Moares é imperador do Brasil, aqui [nos EUA] ele não tem poder, já viu aquela cena de Senhor dos Aneis: “You have power here” (você não tem poder aqui), então ele não pode fazer nada comigo porque eu tô protegido pela constituição Americana”

Monark fala sobre a proteção legal que ele acredita possuir nos Estados Unidos, especificamente citando a Primeira Emenda, que garante a liberdade de expressão.

Segundo ele, mesmo que Alexandre de Moraes ou qualquer outra autoridade brasileira desejasse persegui-lo ou extraditá-lo de volta ao Brasil, isso seria inviável devido à proteção legal que ele possui nos país.

A menção à Interpol e a Alan dos Santos aponta para outro caso que, segundo Monark, demonstra a incapacidade de Moraes de exercer autoridade fora do Brasil.

A Interpol, enquanto organização policial internacional, atua de acordo com tratados e acordos internacionais, e não estaria sob o comando direto de qualquer autoridade brasileira.

“Ele [Alexandre de Moraes] não tem base legal para pedir para Interpol, entendeu, Interpol vai apenas ignorar ele como ignorou no caso do Alan dos Santos. Eu tava hoje na casa dele, inclusive fui conversar com ele para entender como conseguir asilo e essas coisas. Moares não pode fazer nada a partir do momento que você pisa aqui no território americano.”

O futuro de Monark e possível volta para o Brasil

Monark em entrevista ao Livecoins
Monark em entrevista ao Livecoins

O Livecoins perguntou para Monark se ele se arrepende de ‘peitar o estado’, e sua resposta evidencia uma postura de firmeza em suas convicções.

“Eu faria tudo de novo”, disse, acrescentando que pegaria ainda mais pesado se pudesse voltar no tempo, já que em alguns momentos, ele poderia ter sido mais firme.

O uso do termo “peitar o estado” é uma expressão que indica coragem ou audácia. Portanto, ao dizer que poderia ter sido “um pouco mais peitudo”, Monark sugere que, em retrospecto, poderia ter sido ainda mais firme em seus posicionamentos.

Monark também expressou uma esperança de poder retornar ao Brasil no futuro, mas destaca a necessidade de mudanças no cenário jurídico-político do país.

Sua insatisfação com o Ministro Alexandre de Moraes e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF) é evidente. Ele acusa o ministro de ‘traição à pátria’ e de ‘violar a Constituição Federal do Brasil’.

Ao referir-se à “traição da Pátria” e ao “rompimento da constituição”, Monark está usando uma linguagem forte para caracterizar ações que ele percebe como contrárias aos interesses e valores nacionais.

Para Monark, a atuação de determinados ministros do STF não está em conformidade com a Carta Magna do país, que é a Constituição.

A afirmação sugere um desejo de ver o país governado de acordo com sua interpretação dos princípios constitucionais. O tom e as acusações são sérios, refletindo um profundo descontentamento com o estado atual das coisas no Brasil, pelo menos na visão de Monark.

“Espero que eu possa voltar pro Brasil eventualmente, que a gente consiga prender o Alexandre de Moraes por traição da Pátria e por romper a constituição, que foi o que ele fez. E outros ministros do Supremo também, que esse é o destino que eles merecem, né? Se a gente for seguir a constituição, que deveria ser seguida no Brasil, porque a nossa Carta Magna né? Então é isso, desejo sorte para nós que a gente vai precisar.” – Finalizou.

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Mateus Nunes
Mateus Nuneshttps://livecoins.com.br
Fundador do Livecoins. Formado em Ciência da Computação e profissional de segurança da informação há mais de 10 anos. Escreve sobre Bitcoin desde 2012. Tradutor do site Bitcoin.org

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