“Ouro não falhou, mas agora existe um ativo melhor”, diz bilionário sobre Bitcoin

Tal relação é parecida, ou igual, a de Peter Schiff e seu filho Spencer. Enquanto o pai é um ferrenho defensor do ouro, o filho ama o Bitcoin. Entretanto, todos eles parecem ter um inimigo em comum: as moedas fiduciárias, controladas por Estados.

Aproveitando a longa viagem até El Salvador, realizada em março, Ricardo Salinas Pliego, Max Keiser e Stacy Herbert falaram sobre o Bitcoin por cerca de uma hora durante voo que os levou até seu destino. Como destaque, Salinas, terceiro homem mais rico do México, afirmou que o Bitcoin é melhor que o ouro.

“Não diria que [o ouro] falhou, mas diria que agora existe um ativo melhor.”

Embora simples, tal afirmação significa muito para o bilionário. Afinal, seu pai, Hugo Salinas, é um grande defensor do ouro e, curiosamente, um grande crítico do Bitcoin. Em seu mais recente artigo, por exemplo, Hugo chama o Bitcoin de “ilusão” e o compara a diversas bolhas passadas.

Tal relação é parecida, ou igual, a de Peter Schiff e seu filho Spencer. Enquanto o pai é um ferrenho defensor do ouro, o filho ama o Bitcoin. Entretanto, todos eles parecem ter um inimigo em comum: as moedas fiduciárias, controladas por Estados.

Quem controla seu dinheiro?

Além de comandar as lojas Elektra, Ricardo Salinas também é proprietário do Banco Azteca. Com isso, Max Keiser pergunta quem controla o dinheiro depositado em seu banco, e recebe uma resposta curiosa, afinal ela afasta clientes de seu próprio negócio.

“Seu dinheiro estará a disposição do governo mexicano, o ministro da Fazenda e a unidade de inteligência financeira são quem decidem se ‘você pode tê-lo ou não’. Nesse caso, você está ferrado.”

Seguindo, Salinas comenta que isso é um padrão no mundo inteiro e que seu dinheiro pode ser confiscado em um piscar de olhos, apenas com uma acusação, sem passar por um julgamento e muito menos por uma sentença.

“Por que isso é possível? Porque o sistema fiduciário permite. Eles poderiam proclamar que suas chaves de Bitcoin sejam congeladas, contudo, isso não teria nenhum efeito, porque não funcionaria.”

Por fim, o bilionário mexicano mostra-se muito preocupado com a chegada das moedas digitais estatais, as CBDCs. Segundo Salinas, este é o “verdadeiro monstro”, muito pior que o sistema fiduciário, devido à falta de privacidade e um controle ainda maior do Estado.

“Eles podem, sem problema nenhum, dizer ‘este cara tem muito dinheiro, pegaremos 3% dele por ano para redistribuir’. E claro que quem receber baterá palmas como focas treinadas.”

A fraude do sistema fiduciário

Além da falta de controle que uma pessoa possui sobre seu próprio dinheiro, outro ponto que incomoda o bilionário mexicano é a inflação das moedas fiduciárias. Como exemplo, Salinas cita a expansão monetária dos EUA após a crise financeira de 2007.

“Os EUA, eles possuem 8 trilhões em ativos no balanço e 4 trilhões [foram criados nos últimos dois anos], eles dobraram o balanço em dois anos. Isso é muito selvagem. Mas não era assim. Antes da crise financeira de 2007 os ativos estavam em 0,7 trilhão.”

Seguindo, o bilionário explica que não há remédio para isso e que suas tentativas são mais uma fraude dos governos. Apesar disso, lembra que investir no tesouro mexicano, na década de 80, surpreendentemente era um bom investimento.

“Como eles vão se livrar de todos estes títulos que compraram? Quem vai comprá-los?”

“Nos anos 80, no México […] as taxas de juros estavam nas alturas e o governo precisava de dinheiro, então estavam implorando por dinheiro e pagando estas taxas muito altas […] mas você tinha que ser inteligente e investir apenas em 30 dias.”

Sem surpresa, no longo prazo o peso mexicano acabou perdendo seu poder de compra, assim como todas outras moedas fiduciárias. Por conta disso, tais pessoas que entendem sobre dinheiro estão escolhendo o Bitcoin como moeda. O vídeo completo desta conversa, publicado pela Bitcoin Magazine, está disponível abaixo na integra.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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