Quem acompanha o mercado de criptomoedas desde 2017, ou antes, sabe que naquele ano um frenesi tomou conta deste espaço. Com o Bitcoin chegando a valer U$ 20 mil por unidade, as pessoas começaram a se preocupar se a moeda digital não era uma bolha.
Desde então, após o auge de preço por unidade do Bitcoin, a moeda despencou de valor em corretoras. De fato, o Bitcoin hoje está -53% longe do seu maior valor já atingido na alta histórica (ATH), episódio visto em 16/12/2017, ou seja, mais que dois anos atrás.
Após as suspeitas de comportamento de bolha, o Bitcoin caiu de U$ 20 mil, no fim de 2017, para U$ 3 mil no fim de 2018. Segundo um especialista, esse movimento limpou o mercado de qualquer resquício de bolha, tornando o Bitcoin hoje uma verdadeira revolução monetária.
Especialista afirma que após dura queda, o Bitcoin não é mais uma bolha, mas sim uma revolução monetária
Como uma moeda criada em 2009, o preço do Bitcoin é sempre o mesmo, com 1 BTC tendo o mesmo valor desde sua criação. Como ainda necessita de conversão para moedas fiduciárias, há uma relação do Bitcoin com o valor de diversas divisas, sendo uma delas, e talvez a principal, o dólar.
Para se comprar Bitcoin hoje, um interessado na moeda irá gastar cerca de U$ 9100 na sua aquisição, caso opte por comprar uma moeda inteira. Mas a essa mesma moeda chegou a valer U$ 20 mil em dezembro de 2017, ano aquele em que o Bitcoin começou cotado há U$ 1 mil.
A intensa valorização em um curto prazo, mais que 1900% em apenas 12 meses, levou investidores a loucura. Esse comportamento do preço em relação ao dólar levou muitos a caça do ouro digital, que se provaria desastrosa, meses depois.
Isso porque, o Bitcoin em 2018 enfrentou uma venda em massa, e na mesma velocidade que subiu (12 meses), caiu. Em dezembro de 2018 cada Bitcoin chegou a valer U$ 3000, uma dura correção para quem um ano antes imaginou um fácil enriquecimento com a moeda digital.
Contudo, quem pensa que esse duro movimento nos preços foi ruim, muito se engana. De acordo com o analista Paul Eisma, em entrevista para a Forbes, o movimento de queda provou que o Bitcoin não é uma bolha.
Assim como pós-bolha DOTCOM, espaço ganha consistência em projetos sólidos
Em conversa com a Forbes, Eisma afirmou que o espaço do Bitcoin teve uma limpeza em 2018. Ao afirmar isso, Paul lembrou que aqueles que viam a moeda como especulação saíram do mercado, deixando apenas os que realmente acreditavam na tecnologia.
Dessa forma, quem permaneceu no Bitcoin continuou a desenvolver projetos sólidos, e o mercado cresceu de forma orgânica. Ou seja, um possível comportamento de bolha pode ter sido importante para o Bitcoin se tornar uma verdadeira revolução monetária, bradou Eisma a Forbes.
Para concretizar a crença que o Bitcoin não é uma bolha, a Forbes lembrou que após a bolha DOTCOM, explodida nos anos 2000, arrasou as emergentes empresas de tecnologia. Mas aquelas que sobreviveram ao episódio, como o Google, por exemplo, se tornaram grandes empresas na internet, se provando com o tempo.
Finalmente, após o suposto comportamento de bolha, o Bitcoin tem visto um desenvolvimento sólido e pode se firmar como uma verdadeira revolução monetária. Isso porque, como a principal moeda descentralizada e digital do mundo, o Bitcoin tem espaço para crescer e ser destaque na tecnologia das finanças, quem sabe até sendo o novo padrão de moeda global, como é o dólar hoje.
Com o tempo, entenderemos que estamos no início de uma evolução de um sistema monetário digital tecnológico, onde o bitcoin servirá potencialmente como base de um padrão digital global semelhante ao de Bretton-Woods.