Bitcoin pode ganhar força em setembro, dizem especialistas da Glassnode

Apesar da visão otimista dos analistas da Glassnode, um olhar sobre os dados históricos revela uma tendência preocupante: setembro tem sido consistentemente um mês de queda para o Bitcoin.

A gigante de análises do mercado de criptomoedas, Glassnode, revelou perspectivas animadoras para o Bitcoin (BTC) no mês de setembro. Em uma recente postagem no Twitter, os cofundadores da empresa sugerem um possível fortalecimento da moeda digital.

Jan Happel e Yann Allemann, figuras importantes por trás da Glassnode, disseram que o índice de força relativa (RSI) do Bitcoin, um conhecido indicador de impulso, parece otimista para setembro, que se inicia nesta na próxima sexta-feira.

Eles ressaltam que, se o Bitcoin desvalorizar e perder o suporte de US$ 25.500, a tendência de alta prevista poderá enfrentar novos obstáculos. A preocupação surge da análise das flutuações ocorridas em agosto, as quais reavivaram memórias das movimentações de junho de 2022.

Setembro pode ‘trazer boas notícias’ para o Bitcoin

De acordo com os analistas, indicadores técnicos da criptomoeda indicam uma possível diminuição de sua energia no curto prazo, podendo influenciar um declínio até cerca de US$ 25.200. No entanto, a perspectiva de longo prazo permanece positiva.

“O mês de setembro carrega consigo a promessa de boas notícias para os entusiastas da moeda digital”, disseram eles, acrescentando que mesmo que o RSI aponte para uma retomada, os investidores devem manter a prudência.

“Atingir valores acima de US$ 26.000 e manter o Bitcoin acima dos US$ 25.500 pode ser uma tarefa árdua.”

Ao analisar o gráfico de profundidade do Bitcoin com base nas carteiras, é evidente que o RSI do Bitcoin está ligeiramente abaixo de 30 numa escala de zero a 100. Para os analistas, isso é um sinal clássico de que a moeda está em território de sobrevenda.

Ainda segundo Happel e Allemann, embora os “ursos” estejam dominando o cenário atual do Bitcoin, há indícios de que a tendência de venda da moeda esteja diminuindo.

Ambos acompanham atentamente uma possível recuperação que poderia elevar o Bitcoin ao patamar de US$ 27.000.

Uma observação detalhada do mercado revela que, embora a pressão de venda do bitcoin tenha enfraquecido após a queda abaixo do suporte de US$ 26.500, ainda existe uma lacuna na demanda por compras significativas em US$ 26.000. Porém, com um suporte sólido em US$ 25.230, o Bitcoin mostra sinais de uma possível recuperação.

No momento da redação deste artigo, o Bitcoin está sendo negociado a US$ 26.005, sofrendo uma leve queda de 0,02% nas últimas 24 horas.

Investidores, traders e entusiastas da criptomoeda agora esperam com expectativa as movimentações de setembro. A mensagem dos cofundadores da Glassnode, no entanto, permanece clara: cautela é essencial, mesmo diante de perspectivas positivas.

Setembro vermelho

Apesar da visão otimista dos analistas da Glassnode, um olhar sobre os dados históricos revela uma tendência preocupante: setembro tem sido consistentemente um mês de queda para o Bitcoin.

De 2013 a 2021, o nono mês do ano registrou uma performance negativa para a moeda, com duas notáveis exceções em 2015 e 2016.

Segundo dados fornecidos pela CoinGlass, a retração média no preço do Bitcoin em setembro gira em torno de -6%.

Bitcoin retorno mensal. Imagem CoinGlass
Bitcoin retorno mensal. Imagem CoinGlass

Tal tendência não é exclusiva do mundo das criptomoedas. O mercado de ações tradicional também demonstra um comportamento semelhante durante o mesmo período.

Dados da Bloomberg indicam que, nos últimos 25 anos, o índice S&P 500, referência do mercado acionário dos EUA, registra uma queda média de 0,7% em setembro. Esta queda anual repetitiva é tão reconhecida que os especialistas a apelidaram de “setembro vermelho”.

Os analistas têm algumas teorias. Uma suposição prevalente sugere que, após o período de férias de verão, muitos investidores decidem ajustar suas posições no mercado, seja para garantir lucros acumulados ou até mesmo para contabilizar perdas fiscais, tendo em vista o encerramento do ano.

Adicionalmente, uma observação mais humanizada sobre o fenômeno indica que muitos investidores individuais podem optar por liquidar alguns de seus ativos em setembro para cobrir gastos anuais relacionados à educação de seus filhos, como matrículas e material escolar.

Outro fator que merece destaque é a correlação entre o Bitcoin e o mercado de ações, que se intensificou durante e a crise de 2020. Isso significa que, além do “setembro vermelho”, o Bitcoin também pode ser influenciado por movimentações no mercado tradicional, aumentando a vulnerabilidade da criptomoeda durante este mês em particular.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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