Uma paradoxal relação entre o sucesso do Bitcoin e a falta de popularização de seu uso começa a tomar forma. Isto porque, na medida em que novos investidores entram no criptomercado e veem o preço do ativo com valores cada vez mais robustos, muitos se sentem naturalmente intimidados.
Consequentemente, a crença de que a criptomoeda se torna inalcançável aumenta, o que acaba sua possibilidade de adoção em larga escala.
Para muitas pessoas que estão entrando no mundo das criptomoedas, faltam informações sobre como ele funciona. Fatores como a falta de conhecimento de que se pode comprar menos de um Bitcoin, além da própria divisão de unidades do ativo acabam confundindo investidores.
A medida de uma unidade de bitcoin equivale a 100.000.000 de Satoshi, algo difícil de se entender rapidamente. Porém, há ainda outras subdivisões que tornam o processo ainda mais complexo.
Para facilitar a fragmentação unitária do Bitcoin, há ainda os cBTC (centibits), mBTC (millibits) e μBTC (microbits), que por sua vez são iguais aos bits. O primeiro equivale a 0.01 BTC, o segundo a 0.001 BTC e o terceiro a 0.000001 BTC.
O problema é que embora estas medidas ajudem a entender melhor como realizar investimentos na criptomoeda de acordo com seus diferentes valores, elas não costumam ser utilizadas normalmente.
Outros fatores de complexidade
Além de alta valorização e subdivisões unitárias da criptomoeda confusas para muitos, outro problema para novos investidores é a nomenclatura do Bitcoin.
De acordo com a Organização Internacional de Padrões, uma unidade de BTC deveria ser classificada como XBT, sendo a primeira letra um indicativo de que o ativo não está associado a nenhum país.
Como nem todas as plataformas de negociação adotaram essa classificação, a moeda digital pode ter diferentes nomes conforme o local onde for investida e negociada.
Para muitos o Bitcoin é conhecido como ouro digital, inclusive pelo fato de também ser um ativo finito. De forma comparativa, pode-se dizer que um BTC é igual a 100 quilogramas de ouro, cujo preço gira em torno dos 50 dólares.
Porém, se essa riqueza natural fosse negociada em unidades maiores, como quilos, o valor seria exponencialmente maior, o que assustaria investidores. E é exatamente isto que acontece com a critpomoeda.
Qual a solução para o Bitcoin?
Algo que pode ajudar a criptomoeda a atrair mais atenção é padronizar uma medida de negociação com valores menores, como os bits.
Desde 2013 diversas pessoas pedem para que essa seja a principal medida de negociação do BTC, pois se uma unidade custar 10 mil dólares seu preço por essa subdivisão será apenas algumas partes de cents. Isto tornaria o cenário para investimento mais confortável.
Há várias provas de que pequenas mudanças em determinados preços trazem um forte impacto para as pessoas.
Assim, mudar a unidade padrão de negociação do Bitcoin pode ajudá-lo a se proteger do próprio sucesso, derrubando a ilusão de não ser algo acessível. Muitos investidores chegam ao criptomercado por meio da negociação de ações, acostumados com preços unitários. Uma classificação diferente do BTC pode contribuir muito para massificar seu uso.