Negociado a US$ 66.000, o Bitcoin opera em alta diária de 6% nesta quarta-feira (15). O motivo por trás da alta foi a divulgação dos dados de inflação dos EUA, que apresentou uma porcentagem abaixo da esperada pelo mercado.
Segundo dados do BLS (Bureau of Labor Statistics), o Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,3% em abril, chegando a 3,4% no ano. Antes disso, em fevereiro e março, os aumentos foram de 0,4% em cada mês.
Portanto, embora o Fed ainda esteja longe de sua meta anual de 2%, o mercado melhorou suas previsões sobre cortes nos juros para esse ano. Segundo a ferramenta FedWatch do CME, as probabilidades de cortes aumentaram após a divulgação dos dados da inflação.
Por que a inflação americana afeta o preço do Bitcoin?
Em suma, sempre que a inflação sobe, o Banco Central tenta controlá-la através do aumento da taxa de juros. Como consequência, a economia fica mais parada, com menos empregos disponíveis e menos dinheiro em circulação. Além disso, investimentos considerados muito seguros, como títulos do Tesouro, ficam mais atraentes.
Sendo assim, tanto o Bitcoin quanto outros ativos são pressionados por essa política monetária mais apertada, já que há menos investidores considerando esses investimentos variáveis enquanto o dólar se fortalece.
Portanto, o Bitcoin subiu hoje por conta dessa antecipação, já que os dados da inflação americana vieram mais baixos do que o esperado. S&P500, índice que reúne as 500 maiores empresas dos EUA, também opera em alta nesta quarta, assim como o ouro.
Embora não seja uma ciência exata, investidores usam essas projeções para ficar à frente dos outros. Afinal, se você sabe que há uma grande chance da economia estar mais solta no final do ano, você não esperará até o ‘momento da ação’ para tomar posições.
Como estão os dados de inflação dos EUA de abril?
Segundo os dados divulgados pelo BLS nesta quarta-feira (15), o custo da alimentação nos EUA não apresentou alterações no mês de abril, ficando em 2,2% no ano. De qualquer forma, o custo de outros bens e serviços continua pesando no bolso dos americanos.
Os principais vilões são moradia e serviços de transporte, ficando em 5,3% e 11,2%, respectivamente, ao ano. A energia também voltou a subir nos últimos meses, 1,1% em abril, principalmente por conta dos combustíveis (2,8% no mês passado).
Dado que o preço desses bens e serviços também é afetado por outros fatores, além da lambança que o Fed fez em 2020, é possível que Jerome Powell e sua equipe já estejam contentes com os números e comecem a tirar o pé do freio nas próximas reuniões.
Por fim, investidores também estão de olho nas eleições presidenciais dos EUA. Isso porque a indústria parece estar cansada do governo de Joe Biden e acredita que Donald Trump possa trazer mais benefícios para o mercado.