Os blocos do Bitcoin têm ficado maiores após o halving ocorrido no dia 11 de maio, destacou alguns observadores da rede. Isso porque, com a queda na participação de mineradores, as taxas da rede ficaram mais altas, sendo uma tecnologia de 2017 a provável solução para os problemas atuais.
De acordo com um estudo, os blocos do Bitcoin estão, em média, chegando a tamanhos nunca vistos. Ao observar a média de tamanho de blocos, Kyle Torpey, criptoentusiasta e escritor da Forbes e LongHash, afirmou que a medida cresceu bastante após o halving.
Os blocos têm sido produzidos a um tamanho de 1.33 megabytes, em média, após o halving. Ver os blocos produzidos com esse tamanho chamou atenção da comunidade, que encontrou a explicação em uma tecnologia em plena ascensão no último ano.
Blocos da rede Bitcoin estão historicamente maiores, confira o que tem motivado esse movimento
De fato, os últimos anos mostram uma grande evolução da tecnologia Bitcoin, que cresce em número de adotantes. Com mais transações sendo processadas por essa rede, os blocos que registram as movimentações, passaram a ficar mais disputados.
Para ter uma transação na rede Bitcoin, esta deve ser incluída em um bloco válido. Os blocos possuem espaço limitado, logo, cada pedaço é disputado por quem paga as taxas de rede e pelos mineradores. Ao longo dos últimos anos, os blocos têm ficado maiores, mas não como visto após o último halving, ocorrido em maio de 2020.
Em 2017, contudo, soluções foram propostas para resolver o problema, que ocasionou inclusive a chamada “Guerra de Blocos”. Naquele ano a rede Bitcoin encontrou uma forte disputa, entre quem defendia a implementação do Segwit e aqueles que pretendiam aumentar o tamanho dos blocos.
Neste ponto, surgiu a criptomoeda alternativa Bitcoin Cash (BCH), que aumentou consideravelmente o tamanho de seus blocos. Atualmente, mesmo com blocos maiores, a maior parte dos usuários continuam a usar o verdadeiro Bitcoin (BTC), que implementou a tecnologia Segwit.
Contudo, a tecnologia, que aumenta levemente o tamanho dos blocos do Bitcoin ainda não é usada em larga escala pelos usuários. Após o halving, a dinâmica tem sido alterada e há um cenário finalmente promissor para a adoção em massa do segwit entre usuários Bitcoin.
Queda na rentabilidade da mineração do Bitcoin afetou usuários, que buscam taxas mais baratas
Segundo o analista Larry Cermak, a queda na rentabilidade dos mineradores fizeram vários desligarem suas máquinas. A rede do Bitcoin sentiu os efeitos, e um ajuste de 6% foi feito na taxa de hashs nesta quarta (20), que seria de acordo com o analista, o décimo-sexto maior da história.
Caso os preços do Bitcoin continuem no atual patamar de U$ 9700 (R$ 56 mil), mais mineradores poderão em breve desligar suas máquinas. A saída de mineradores pressionam os usuários da rede, que passam a pagar taxas mais caras para ter suas transações confirmadas, principalmente aqueles que precisam de confirmações rápidas.
De acordo com a Longhash, o tamanho dos blocos estão cada vez maiores devido aos usuários do Bitcoin terem sido pressionados pelo halving. Com a queda na rentabilidade dos mineradores, vários saíram do mercado e fizeram as taxas da rede aumentarem.
Dessa forma, os usuários tem buscado pagar menos taxas ao buscar utilizar endereços Segwit. Não são todas as carteiras de Bitcoin, nem corretoras, a dar o suporte ao segwit, mas após o halving, deverá haver um aumento na adoção dessa tecnologia implementada em 2017.
Cabe o destaque que a adoção do Segwit em 2020 já é uma das maiores desde sua criação em 2017.
Outra solução para driblar altas taxas é a Lightning Network (LN), mas sua adoção é ainda menor que o segwit. Ao contrário do segwit, a LN diminuí o espaço ocupado em blocos, uma vez que são transações fora da rede principal do Bitcoin.
Ou seja, as ferramentas para baratear os custos de enviar Bitcoin já foram criadas e há um movimento que mostra que deverão ser mais utilizadas em momentos de aperto.