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Bomba de 2014 na República Checa pode impulsionar Bitcoin

Se esta crise escalar, qualquer sanção financeira no sentido de atrapalhar as exportações da Rússia podem refletir positivamente para o Bitcoin.

Descobertas recentes sobre a explosão de um depósito de armas na República Checa em 2014, podem dar um novo impulso ao Bitcoin. Há fortes indícios de que o incidente, que resultou na morte de duas pessoas, foi resultado de uma sabotagem realizada por espiões russos.

Além da expulsão de diplomatas Russos de países da Europa, reguladores da União Europeia renovaram sanções comerciais, proibindo a importação de itens das regiões da Crimeia e Sevastopol, além de restrições ao investimento em determinados setores.

Quais as acusações contra a Rússia?

Em primeiro lugar, tivemos as tropas Russas ampliando sua presença na fronteira da Ucrânia. O interesse é a defesa da Crimeia, região que foi tomada pela Rússia em 2014.

A República Checa expulsou dezenas de diplomatas Russos do país. Lituânia e Eslováquia seguiram à medida, que foi retribuída da mesma forma pelo país governado por Vladimir Putin.

Qual a importância da Ucrânia e Bulgária?

A Rússia depende da Ucrânia e Bulgária para enviar gás natural para a Europa. A região da Crimeia, em específico, assegura o acesso à Turquia.

Em 2020, a Rússia exportou US$ 25,3 bilhões em gás natural, uma queda de 39% em relação ao ano anterior. Já as vendas ao exterior de petróleo somaram US$ 73,4 bilhões, caindo em patamar semelhante.

Combustíveis minerais, aço, minério e pedras preciosas representam 56% das exportações do país. Por esse motivo, Putin não irá poupar esforços para garantir sua soberania.

Qual a relação do Bitcoin com essa história?

Se esta crise escalar, qualquer sanção financeira no sentido de atrapalhar as exportações da Rússia podem refletir positivamente para o Bitcoin. Dificilmente o país encontraria outra solução para receber pagamentos internacionais sem possibilidade de censura.

A Venezuela enfrentou uma situação semelhante e o próprio governo autorizou a estatal PDVSA a receber Bitcoin e Ethereum como pagamento. No final de 2020, o governo lançou até uma exchange de criptos para evitar sanções dos EUA.

De fato, nada garante que o Bitcoin será utilizado pela Rússia. O país provavelmente irá preferir emitir uma CBDC, a moeda digital do governo. Resta saber se esta será aceita pela comunidade internacional.

CBDC pode “matar” o Bitcoin?

Não. Substituir o sistema eletrônico atual por um banco de dados descentralizado não altera o principal problema das moedas fiduciárias, emitidas por governos. Sempre que há um desfalque de caixa, os Bancos Centrais podem injetar capital, expandindo a base monetária e gerando inflação.

Além disso, o CBDC permite mais controle aos governos, por exemplo, bloquear ou reverter transações. Dessa forma, seria muito improvável que a moeda da Rússia seja aceita de forma internacional. No caso, faz mais sentido utilizar uma stablecoin, a criptomoeda pareada ao Dólar, Euro, ou ouro.

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Marcel Pechman
Marcel Pechman
Marcel Pechman é trader e analista de criptomoedas desde 2017. Atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Além de YouTuber em seu canal RadarBTC, foi reconhecido em diversas premiações como um dos maiores interlocutores do Bitcoin do país. Maximalista convicto, acredita na falência da moeda fiduciária, aquela emitida por governos.

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