Uma discussão calorosa está acontecendo nas redes sociais. De um lado, um investidor acusa uma carteira de Bitcoin de roubar seus bitcoins, do outro, a empresa se defende, afirmando que as moedas foram sinalizadas como sendo de alto risco.
A quantia em disputa é de 0,031 BTC, equivalentes a R$ 10.000, que seriam usados para a recarga de um cartão pré-pago.
“Alerta: A Volet.com parece estar roubando fundos de usuários!”
“As primeiras transações para recarregar um Mastercard em USD foram bem, mas há algumas semanas o suporte se recusou a creditar um depósito em Bitcoin no valor de alguns milhares de USD, e atualmente estão se recusando a devolver meu dinheiro”, escreveu Giacomo Zucco, que acusa a empresa de reter seu dinheiro.
Seguindo o texto, ele explica que a Volet está exigindo uma “análise on-chain impossível”, requisitando uma prova da origem do saldo em questão para liberá-lo.
“Minha suspeita é que a “tarefa” foi intencionalmente projetada para ser impossível de cumprir, a fim de aplicar um golpe nos usuários”, finalizou.
🚨🚨⛳️ALERT: @VoletCom seems to be stealing user funds!⛳️🚨🚨
Details:
While I dislike and generally avoid KYC off-ramps, preferring p2p exchange whenever it's feasible, for reasons of convenience I did use this one on a few occasions. The first few transactions to fund a USD…— Dirty Giacomo High-Risk Zucco⚡️🌋🧀💀🧻 (@giacomozucco) July 9, 2024
A acusação chamou a atenção da comunidade, incluindo nomes famosos como Peter Todd, desenvolvedor do Bitcoin, que saiu em defesa do usuário.
Embora a origem dos fundos tenha sido marcada como suspeita, Todd comenta que a Volet já movimentou esses bitcoins, “contaminando” outros endereços de seus clientes, caso essa seja a questão.
“Sobre aquelas moedas “sujas” que são tão “sujas” que a Volet.com não pode devolvê-las para o Giacomo Zucco… Acontece que a Volet.Com as gastou, misturando-as com outros depósitos de clientes! Tipo, meu Deus, agora todos os fundos dos clientes estão contaminados!”
So about those "dirty" coins that are so "dirty" @VoletCom can't send them back to @giacomozucco…
Turns out @VoletCom spent them, mixing them together with other customer deposits! 😂😂😂
Like, OMG, now all their customer funds are CONTAMINATED!!!
TELL @VOLETCOM YOU DON'T… https://t.co/PPmUkvL2ek pic.twitter.com/siXcMCDhSS
— Peter Todd/mempoolfullrbf=1 (@peterktodd) July 12, 2024
O que diz a Volet?
Ativa nas redes sociais, a carteira Volet.com fez questão de responder às críticas. Em sua defesa, a empresa alega que esse é um procedimento padrão do mercado. Na sequência, também se mostrou incomodada com o barulho causado pela comunidade.
“Ele não é vítima de nada. Pessoas que não tentam depositar criptomoedas de alto risco nunca ouviriam falar dessas coisas. Um reembolso oferecido a ele é perfeitamente razoável e justo, mas ele está atrás de um escândalo público, não de suas moedas”, escreveu a empresa em um tuíte.
“Não gerenciamos mal nada. O procedimento de KYC/AML em relação a criptomoedas se aplica a todos igualmente e não pode ser contornado só porque o cliente pode reunir uma máfia furiosa nas redes sociais.”
We did not mismanage anything. The KYC/AML procedure in relation to crypto applies to everyone equally and cannot be bypassed just because the customer can rally an angry mob on social media.
— Volet.com Digital Wallet (@VoletCom) July 12, 2024
Segundo a carteira, Zucco pode receber seu dinheiro de volta caso realize um KYC que leva apenas 1 minuto, mas está preferindo fazer um escândalo nas redes sociais.
Como sugestão, outras pessoas sugeriram que esses procedimentos de KYC fossem realizados antes do usuário realizar um depósito. Independente disso, a discussão segue em dezenas de tuítes, mas as partes ainda não chegaram a um acordo.
Por fim, vale notar que a Volet não é uma carteira de auto-custódia. Ou seja, o usuário não tem controle sobre suas moedas e, desta forma, refém de políticas comuns na indústria.