O Cazaquistão, na figura de seu presidente Kassym-Jomart Tokayev, pediu para que o custo de energia dos mineradores de Bitcoin aumente em cinco vezes. Essa medida anunciada na última segunda-feira (7) é mais uma que combate a atividade no país, após no mês de janeiro de 2022 a tensão aumentar contra empresas do setor.
Vale lembrar que o Cazaquistão vive uma crise política que chegou a ser apoiada pelo exército russo, visto que o presidente quase foi destituído em meio ao aumento da inflação no país. A internet foi cortada na época mais grave dessa tensão e o hashrate do Bitcoin produzido no país foi removido da rede.
Para piorar a situação dos mineradores, eles praticamente ficaram presos no Cazaquistão, visto que o custo de uma migração é alto e pode não compensar.
Custo de energia para mineradores de Bitcoin no Cazaquistão pode subir cinco vezes
O custo da energia no Cazaquistão deverá ficar mais pesado para quem trabalha com a mineração de Bitcoin. Isso porque, a taxa atual cobrada dos mineradores é de 1 Tenge cazaque, que na conversão para Real daria R$ 0,012.
Mas o presidente cazaque acredita que esse custo está muito baixo para a quem realiza a atividade e convocou em uma reunião do governo que medidas sejam endurecidas contra o setor. Assim, o custo poderá passar para 5 Tenge cazaque (R$ 0,062).
De acordo com o portal do Cazaquistão TengriNews, o presidente quer impostos também sobre os equipamentos utilizados nessas instalações, dizendo que esse não é um setor que gera empregos no país.
“O papel da mineração digital não pode ser silenciado. O efeito socioeconômico da produção de criptomoedas é mínimo. Empregos em massa não são criados, não há produtos como tais. Ao mesmo tempo, essa área consome eletricidade como várias áreas.
Além disso, alguns mineradores sem escrúpulos usam francamente tarifas inferiores às tarifas para a população. Impostos e taxas não são pagos sobre equipamentos importados. E o mais importante, usando ao máximo os recursos do país, esses revendedores os rentabilizam em outras jurisdições”.
Todas as fazendas deverão ser identificadas até 15 de março, mas presidente garante: “não baniremos a mineração”
Ao anunciar medidas duras ao setor, o presidente colocou a Agência de Acompanhamento Financeiro a cargo de identificar as fazendas de mineração até o dia 15 de março de 2022. Assim, é esperado que suas tarifas e impostos sejam aumentados em breve, com novidades pressionando ainda mais a atividade no Cazaquistão.
Em 2021, quando a China baniu a mineração, muitos mineradores correram para o Cazaquistão, país vizinho. Agora, não está claro se empresas buscaram migrar do país novamente ou se irão aguardar por mais definições do setor.
O único ponto positivo dessa escalada contra os mineradores de Bitcoin no Cazaquistão é que o presidente deixou claro que empresas que pagarem impostos e geraram renda no país não serão banidas. As medidas definitivas serão anunciadas até 1 de abril próximo, em um país que hoje ocupa as principais métricas de mineração do mundo.