Tim Buckley, CEO da Vanguard, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, criticou duramente o Bitcoin, afirmando que a moeda digital não é uma opção viável nos portfólios de investimento da gigante de fundos.
Durante uma prévia de um webcast que será publicado integralmente na próxima terça-feira (19), o CEO da Vanguard resolveu esclarecer a posição da empresa sobre os ETFs de Bitcoin, destacando a volatilidade e a falta de valor intrínseco como barreiras significativas.
“Bitcoin precisa mudar como uma classe de ativos”, disse ele, argumentando que, sem essa ‘evolução’, a Vanguard não mudará de opinião.
O CEO da gigante de investimentos permanece firme em sua crença de que o Bitcoin não se enquadra nos portfólios de longo prazo e de aposentadoria devido à sua natureza especulativa e à dificuldade de prever seu crescimento futuro.
“Bitcoin é simplesmente muito volátil e não é uma reserva de valor. Nunca foi. Quando as ações foram massacradas nas crises recentes, o bitcoin foi junto com elas. Então é realmente difícil pensar em como ele pertence em um portfólio de longo prazo.”
🚨Bitcoin nunca foi uma reserva de valor — CEO da Vanguard (Tim Buckley).
"Não planejamos mudar de ideia sobre o Bitcoin a menos que ele mude."
"Quando as ações caíram nas crises recentes, o Bitcoin foi junto." pic.twitter.com/txCBp7bb2h
— Livecoins (@livecoinsBR) March 17, 2024
Vanguard rejeita ETFs de Bitcoin
Esta não é a primeira vez que a Vanguard critica o Bitcoin. Após a aprovação dos ETFs em janeiro, a empresa já havia confirmado sua decisão de não oferecer acesso a tais produtos, citando preocupações sobre a maturidade e a estabilidade do Bitcoin.
Janel Jackson, Chefe Global de Mercados de Capital de ETFs e Relações de Corretores e Índices na Vanguard, afirmou que o Bitcoin pode “criar caos dentro de um portfólio” devido à sua história curta, falta de valor e fluxo de caixa inerentes.
A Vanguard, conhecida por sua abordagem conservadora em investimentos e foco em ativos com fluxos de caixa, como ações e títulos, mantém sua filosofia de investimento voltada para a estabilidade de longo prazo em vez de ganhos de curto prazo.
Tal filosofia orientou a empresa a evitar tendências de mercado de curto prazo no passado, incluindo fundos de internet na década de 1990 e a remoção de acesso a fundos e ETFs alavancados e inversos, além de ações de balcão em 2019 e 2022.
A posição da Vanguard gerou debates acalorados na comunidade de investimentos, com alguns clientes revelando frustração pela posição da empresa e cancelando suas contas.
No entanto, apesar da controvérsia e da pressão potencial do mercado, a Vanguard permanece inabalável em sua abordagem de investimento tradicional, priorizando classes de ativos que considera fundamentais para o sucesso de investimento sustentado.