“Não se importam se é prostituição infantil ou bitcoin”, diz Charlie Munger sobre investidores da FTX

“Há pessoas que pensam que precisam estar em todos os negócios que são quentes. Eles não se importam se é prostituição infantil ou bitcoin.”

Entrevistado pela CNBC nesta terça-feira (15), Charlie Munger também deu sua opinião sobre a falência da FTX. Menosprezando as criptomoedas, Munger afirmou que os EUA não precisam de uma moeda que “é boa para sequestradores”.

Sobre empresas de capital tradicionais, como Sequoia, que investiram na FTX, o braço direito de Warren Buffett afirmou que estas “não se importam se estão investindo em prostituição infantil ou bitcoin”.

Em outras palavras, Munger acredita que tais investidores estão buscando o lucro acima de qualquer valor moral.

Com 98 anos, é difícil imaginar que Munger tenha ligação com a tecnologia, assim como jovens. Entretanto, o bilionário comenta que todos vão tentar enaltecer um produto para vendê-lo.

“Quando você tem uma boa ideia, é muito mais fácil vendê-la. Assim que você souber deste conceito, é claro que sempre será uma boa ideia. Ninguém vai dizer ‘eu tenho uma idéia de merda que quero vender para você’. A blockchain é uma coisa boa e nova, assim como pó de fada.”

Charlie Munger acredita que criptomoedas são usadas por sequestradores

Mesmo que as maiores forças policiais do mundo vejam a rastreabilidade das criptomoedas como uma benção, já que conseguem facilitar o seu trabalho, Charlie Munger ainda acredita que as criptomoedas são o dinheiro favorito dos criminosos.

“Me machuca saber que meu próprio país está ajudando estas coisas a existirem. É uma coisa muito ruim. O país não precisa de uma moeda que seja boa para sequestradores.”

Ao ser questionado sobre empresas de capital de risco que investiram na corretora FTX, que deixou muitos usuários no prejuízo com sua falência, o braço direito de Warren Buffet aponta que elas não se importam com valores sociais, apenas com o dinheiro.

“Há pessoas que pensam que precisam estar em todos os negócios que são quentes. Eles não se importam se é prostituição infantil ou bitcoin.”

Seguindo, aponta que tais fundos estão se associando com a escória, sem ligar para a sua reputação. “Um grande erro”, finaliza Munger, mostrando-se incomodado com empresas de criptomoedas.

Ilusão e fraude

Ao ser questionado se tais empresas fizeram pesquisas antes de investirem na FTX, Munger finaliza comentando que é tudo baseado em fraude e ilusão.

“Muita ilusão. É parte fraude e parte ilusão, uma má combinação. Não gosto nem de fraude, nem de ilusão.”

Finalizando, nota que um provável adolescente de 12 anos criou uma moeda chamada Mungercoin e começou a negociá-la, fazendo dinheiro com isso. “É loucura”, complementa o bilionário.

Por fim, Charlie Munger parece ignorar toda revolução das criptomoedas, bem como perder alguns pontos básicos desta tecnologia, sendo um dos poucos que ainda não aceitam que o mundo está mudando, para melhor, confundindo-se com conceitos falsos.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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